1181-1226
| Biografia
Giovanne di Pietro di Bernardone nasceu na cidade italiana de Assis, por volta dos anos de 1182. O pequeno garoto foi batizado, posteriormente, com o nome de Francisco, em homenagem à França - país onde seu pai comerciante costumava viajar para realizar grandes negócios.
Durante boa parte de sua juventude, Francisco viveu em meio ao luxo e agitada vida social, graças à riqueza e prosperidade do comércio de tecidos de seu pai. Na época em que Francisco viveu, a Igreja passava por momentos difíceis. Vivia mergulhada numa riqueza e poder muito grande, longe do Evangelho anunciado por Jesus Cristo. Era também uma época de guerras: da Igreja contra os muçulmanos, de cidade contra cidade, do Papa contra o imperador. Por volta de seus vinte anos, o jovem alistou-se no Exército e lutou a favor dos pobres de Assis contra os nobres defendidos pela cidade vizinha de Perúgia, que saiu vitoriosa após o combate. Foi nessa cidade que Francisco foi preso e, após um ano de encarceramento, viu-se humilhado e com a saúde bastante debilitada. Após meses de recuperação, o jovem sentiu-se diferente. Não mais sentia prazer nas festanças e banquetes da nobreza de Assis. Foi, então, enviado às Cruzadas. |
Tempo de Conversão de São Francisco
No caminho de volta a Assis, sua vida mudou radicalmente. Diversos acontecimentos afirmaram a vocação de Francisco de servir Jesus e seu evangelho, e sua conversão gradual se iniciou. Dentre eles, nas ruínas da Igreja de São Damião, quando ouviu a imagem de Cristo dizer-lhe: “Francisco, restaure minha casa que está em ruínas”. Colocando logo em prática o pedido do Pai, Francisco reconstruiu três pequenas igrejas abandonadas: a de São Damião, a igrejinha da Porciúncula dedicada à Santa Maria dos Anjos e a de São Pedro. O dinheiro para reerguer os templos foi conseguido com a venda de peças de tecidos que Francisco roubou da loja de seu pai. Muitas vezes Francisco usava suas próprias mãos para erguer a igreja pedra por pedra, como no caso da Igreja de São Damião. Francisco não havia entendido ainda que a Igreja que deveria restaurar não era a de pedra, mas a própria Igreja de Cristo, enfraquecida na época por diversas heresias e pelo apego de seus líderes às riquezas e ao poder. Outro acontecimento que marcou sua vida, foi um encontro com um leproso. Naquela época, os leprosos eram expulsos da cidade, abandonados por suas famílias e fadados a sobreviver com uma doença sem cura e que julgava-se ser um castigo por pecados cometidos pelo doente. O primeiro impulso de Francisco ao avistar o leproso, foi o de fugir. Ele tinha verdadeira aversão aos leprosos antes de sua conversão. Ao invés de fugir, Francisco se aproximou do doente, dando-lhe esmola e um beijo, reconhecendo-o como um irmão. O que Francisco descobre com esse beijo? Descobre que Cristo não é belo e não se veste com mantos de ouro, mas é pobre e crucificado, como o leproso que ele acabara de beijar. E é esse Cristo que deve ser seguido e imitado. E foi o que Francisco fez desse momento em diante. A partir de então, despiu-se de todos os bens materiais e roupas, vestiu uma túnica e passou a se dedicar integralmente aos pobres e leprosos, como se fosse um deles. Esse momento foi tão importante na transformação de Francisco que, ao final de sua vida, recordava: “Foi assim que o Senhor me concedeu a mim, Frei Francisco, iniciar uma vida de penitência: como eu estivesse em pecado, parecia-me por demais insuportável olhar para os leprosos. Mas o Senhor conduziu-me para o meio deles e eu tive misericórdia para com eles. E, ao afastar-me deles, justamente o que antes me parecia amargo converteu-se para mim em doçura da alma e do espírito”. Seu pai, enfurecido com as atitudes do filho e temeroso de perder toda a sua fortuna com as doações e projetos de Francisco, deserdou seu filho perante o Bispo. Diante das acusações do pai, na frente do Bispo, e de todos, Francisco tirou as próprias vestes, e nu, as devolveu ao pai dizendo: "Daqui em diante tenho somente um pai, o pai nosso do cé
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