quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Maria, a vocacionada do Pai

Há que se perguntar a Deus, sobre o que se passava em sua cabeça ao chamar Maria para ser a Mãe do seu Filho. O que o levou até aquela terra distante? Lá onde "Judas perdeu as botas". Numa região onde a mulher não era mais do que uma propriedade dos homens. Ela não era rica, não tinha parentes importantes, vivia numa região isolada e muito distante do centro espiritual, em suma, era como chamaríamos hoje, uma "Zé ninguém".
Mas foi lá! E com ela que muita coisa mudou! Sua simplicidade e humildade não passaram despercebidas dos olhos atentos de Deus, que encontrou, em Maria, o chão perfeito para tocar a humanidade. 
Só restava um detalhe: Será que ela aceitaria? Será que ela seria capaz de tão grande obra? Ela acostumada às coisas pequenas e simples do cotidiano, aos afazeres domésticos? Ela que vivia todas as inseguranças do seu tempo, mas também todas as esperanças!
Bem o relato de Lucas fala por si: "Eis aqui a serva de Senhor!".
Pronto! Estava feito! O "sim" de Maria abriu as portas de nossa humanidade para o toque final de Deus na criação. Seu "sim" ecoou por todos os cantos e por todos os tempos, e se fez ouvir em toda a terra, como uma singela e dócil obediência a vontade do Pai.
"Eis aqui a serva do Senhor", a resposta mais pronta e decidida ao chamado de Deus, e por isso também a mais importante de todas.
Mãe querida intercede por nós, seus filhos,
Para que, a cada dia, realizemos plenamente a vontade do Pai.
Tu que foste o modelo perfeito de seguimento vocacional
Ensina-nos também a gerar teu Filho Deus ao mundo,
E a dizer como tu:
"Eis aqui os servos de Senhor"
Amém!


Equipe TendaFranciscana


O Chamado 
1 - INTRODUÇÃO:

A oração é o acontecimento que atinge decisivamente e para sempre a existência de uma pessoa. Perceber, assumir e viver fielmente essa vocação "chamado" é algo que vai acontecendo num processo de amadurecimento gradual.


Na vocação, há uma grande dose de mistério. Nem sempre é razoável, coerente e explicável. A história das vocações está povoada de fatos surpreendentes, espontâneos, às vezes sérios e outras vezes engraçados. Quase sempre a história de uma vocação foge de uma leitura puramente racional.


Quando falamos em vocação, é a pessoa que está em questão. É ela indentidade incomunicável e intransferível. Cada vocação tem o peso da realidade pessoal, do processo histórico. É a aventura de cada pessoa na descoberta do Deus vivo - experiência profunda do ser eleito, querido, chamado e enviado por Deus. Essa experiência verdadeira marca para sempre a vida da pessoa, atingindo os ossos e a medula, impossibilitando-a de ficar acomodada.


2 - RELAÇÃO DIALÓGICA


O que impulsiona a humanidade para frente é a comunicação. Temos necessidade da comunicação. Como é gostoso falar daquilo que somos, daquilo que gostamos, como é gracioso falar daquilo que amamos . Já diz o provérbio Latino "o bem se difunde por si mesmo". Declaramos na comunicação aquilo que somos. Deus é assim. Ele se revela, se comunica, na sua palavra, nas suas ações, na natureza, nas pessoas, na sua obra criadora. Quando falamos de Deus, comunicamos a profundidade de sua vida em nós. Revelamos até que ponto Deus atingiu nossos ossos, nossa medula, nosso ser.


A palavra de Deus é Jesus Cristo, sua encarnação - manifestação histórica e concreta. Jesus é comunicação - notícia de Deus. Sua vida, presença, pregação , sua morte e ressurreição é a mensagem, revelação, testemunho, explicação de Deus ao mundo. Em Jesus tornar-se visível quem realmente é Deus. Jesus é a chave para compreendermos a vocação, ou seja, o "chamado". Não é possível sentir-se chamado por Deus, descobrir a própria vocação, vivê-la fiel e quotidianamente sem uma relação profunda com a Palavra de Deus. Em Jesus, Palavra plena de Deus ao mundo, ouvimos o chamado. Toda opção vocacional verifica-se dentro de uma história de diálogo e de comunhão, de acolhimento e de relação com Jesus Cristo. Se a opção vocacional, como acolhimento, resposta e missão, não for feita em relação à Palavra de Deus, torna-se simples busca pessoal, que se ajusta e submete a circunstâncias concretas, interessadas e imediatas.


O espaço vital da pessoa chamada é a Palavra de Deus. Não só se alimentar da leitura da mesma, mas vive desta escuta. Faz dela oração pessoal e comunitária: A palavra de Cristo habite em vós com toda sua riqueza (Col3,10). A Palavra de Deus está na Bíblia , na Igreja e em cada pessoa . Em cada um de nós desperta ecos particulares , sendo por si mesma, ponto de partida para o discernimento mais pessoal e mais íntimo do chamado de Deus à nossa vida. A Palavra de Deus nos alcança , remove-nos e comove-nos, toca-nos e levanta-nos. É semente posta no coração, espalhada no campo amplo e pessoal de cada um. Aí é o lugar muito próprio, no qual se manifesta.


O fato vocacional cresce e se desenvolve geralmente em clima ou espaço em que a Palavra de Deus possa expressar-se e encontrar eco. Não é suficiente um simples atrativo natural e pessoal, inclinação natural, certo gosto. Onde está a Palavra de Deus, ali se nutrem, suscitam e florescem vocações. A leitura da Palavra de Deus, oração, a celebração da fé permitem à Palavra de Deus dirigir-se a cada um, encontrar o ambiente, a situação e o lugar de reconhecimento da mesma.


Isso é decisivo não só para o nascer de uma vocação, mas para o processo de amadurecimento e perseverança. O chamado-vocação pode paralizar-se ou até esterilizar-se se for perdido o ambiente onde já não se ressoa o dinamismo da Palavra de Deus. Esse dinamismo pode ser sufocado.


A Palavra de Deus vivo desperta conhecimento, opção de entrega incondicional, compromisso. Entrando nessa dinâmica toma-se consciência do discernimento, eleição, decisão e fidelidade humilde. A Palavra de Deus é tesouro escondido no campo (Mt 13,44-46). A abandonar tudo para acolher o Todo. A alegria do achado impulsiona a pessoa à decisão radical de conversão ou mudança de vida.


Deus se dirige à pessoa e a convida. Não despoticamente. A pessoa é livre. Pode recusar o chamado. "Chamei-vos e não respondeste, falei e não ouvistes" (Os 65,12).


Falei-vos assiduamente, ainda que não ouvísseis, e vos chamei, mas não respondestes (Jr 7,13). Na medida que a pessoa resiste a crer, encontra-se sempre com seu medo, com sua incapacidade, procurando desculpas para fugir ao chamado, imperioso comprometedor de Deus.


Ao responder ao chamado de Deus, a pessoa toma consciência de que vai entrar em conflito com as exigências do mundo. Quando Deus chama alguém é para dispor dele inteiramente, de sorte que já não é dono de si, mas o outro domina sua vida. No meio do deserto, Moisés se dá conta de que alguém pronunciou seu nome duas vezes "Moisés, Moisés". Esta experiência é violenta, como a que podemos ter quando alguém nos chama pelo nome num ambiente totalmente estranho.


Quando Deus se aproxima de uma pessoa e lhe fala, esta fica situada diante de uma opção. Este chamamento de Deus é o meio pelo qual ele converte as pessoas inominadas em instrumentos de sua vontade. Este acontecimento reveste a pessoa chamada de "mandato de sabedoria e de responsabilidade". Deus confia uma missão concreta, cujo caráter revela imediatamente ou mais tarde. Este acontecimento é tão determinante que deixa a pessoa chamada totalmente só com Deus.


3 - A NOSSA PEQUENEZ


A eleição nunca está vinculada ao valor ou "status" dos chamados, mas ao agir livre e gratuito de Deus que contradiz, os pressupostos humanos. Quem aceita que Deus o eleja imerecida e surpreendentemente, reconhece sua incondicionalidade e unicidade, como expressão da assunção total das exigências que isso comporta.
A eleição não se funda em pressupostos humanos nem proporciona nenhum tipo de privilégios. Seu sentido profundo e finalidade é que conduz a uma resposta ao amor de Deus, à obediência a ele e ao cumprimento de uma nova missão. Esta decisão não é objetivo alcançado, mas o início de um caminho. Deus como oleiro, trabalha a pessoa como argila (Gn 2,7). Reconhecer que Deus entra na história pessoal e a vai dirigindo, leva a idéia da vinculação pessoal com ele. "Sei muito bem que Deus está por mim"(Sl 56,10). Deus é para o eleito, apoio, único bem, força, libertação, âncora no meio da tormenta, luz no meio das trevas.


Nem todos aqueles aos quais Deus se dirige alcançam o objetivo do seu chamado. A fé e o seguimento são frutos de disposição ou de decisão humana de confiante abertura, de acolhido simples e de fidelidade incondicionada. A eleição é graça. Deus elege a todos.


A resposta como acolhida é sempre confiança. "Vede, irmãos, quem foi chamado entre vós: não muitos sábios em sabedoria humana, não muitos poderosos, não muitos nobres; antes, Deus elegeu a loucura segundo o mundo, para envergonhar os sábios; e Deus elegeu a fraqueza, segundo o mundo, para envergonhar os fortes: Deus elegeu os plebeus, segundo o mundo, anular desprezando o que não é, para o que é (1Cor 1,26-28).
Os pequenos são os pobres de espírito das bem aventuranças de Jesus (Mt 5,3), os simples, o povo baixo, os pecadores, os desprezados, os não inteligentes, os considerados sem direitos ao conhecimento.


Deus cria sempre muitos desconcertos em nossos organogramas . Ele nunca se aproxima para nos dar razão, mas para nós confiarmos nele. Ele nunca nos fala para aplaudir nossos caminhos, mas para que comecemos a percorrer os seus com alegria e confiança incondicional. Quem aceita com humildade o plano de Deus acerca dele, ainda que não consiga entender todo o seu alcance e todas as suas conseqüências, esse é o "Servo do Senhor", como Maria, a mãe de Jesus, protótipo de "eleita" de "chamada": Eis a escrava do Senhor; "Faça-se em mim segundo a tua vontade" (Lc 1,38).

Pe. Carlos Alberto Chiquim
Nenhuma vocação é fácil
Há pianistas que treinam anos e anos para começar seus recitais como profissionais. E continuam treinando três, quatro horas por dia, a fim de atingir a perfeição artística. Quem os vê tocar pensa que é fácil. É fácil porque, embora difícil, houve perseverança...

Os esportistas treinam dias e horas a fio para atingirem sua meta. E se privam de muitos prazeres a que teriam direito, porque querem acertar na sua profissão. Não há vocação fácil. E isto qualquer pessoa pode confirmar.


Quero dar-lhe mais um conselho, se é que já não se cansou deles. Nunca julgue uma vocação ou uma profissão pelas aparências. Todas elas trazem aborrecimentos e problemas; todas exigem renúncia, todas têm seus cinco minutos de inferno. Mas também é verdade que todas têm seu céu e suas alegrias. O parto doloroso da mulher que se torna mãe; as renúncias diárias de marido e mulher, de pai e mãe; de filhos, de namorados, de estudantes; de professores; as renúncias naturais da profissão; tudo isso tem sentido quando se vê uma vocação pela ótica do que realiza e não apenas do que exige de sofrimento.


Um dos quadros mais bonitos que já vi é o daquele menino que carrega o outro às costas em plena borrasca. Tem um sorriso nos lábios, embora se veja que está cansado. Embaixo os dizeres: "Não é pesado, é meu irmão...". Na vida somos como Cirineu. Ajudamos Jesus carregar a cruz na pessoa do outro. Às vezes o fazemos de bom grado como aquele menino, para quem o amor fazia o irmão não parecer pesado, ou entramos de gaiatos nos acontecimentos, espectadores indiferentes ou curiosos que, de repente, se sentem obrigados a tomar partido e descobrem no trajeto que estão fazendo uma obra agradável. Se Cirineu se converteu não sei, mas as coisas devem ter mudado para ele. Sabemos, por narrações posteriores, que dois de seus filhos eram cristãos (Mc. 15,21). Chamavam-se Alexandre e Rufo.

Há vocações que perseguimos até encontrarmos. Há outras que nos levam de roldão e acabamos por assumi-las, como foi o caso do Cirineu. Assumimos porque são a resposta às nossas indagações. Um médico me dizia que sempre sonhou em ser aviador. Entrou para a aeronáutica cheio de ideal de voar. Lá não se sabe até hoje porque, acharam que tinha jeito para a enfermaria. Ele que sempre quis voar foi destacado, por um longo período para ajudar o médico da base. Nem enfermeiro era. Acabou aconselhado a fazer o curso de enfermagem, porque tinha jeito para a coisa. Os fatos foram acontecendo e ele esqueceu sua vontade de voar, que vinha desde os seis anos. Em três anos ingressava num curso de medicina e seis anos depois era médico, já fora da aeronáutica. Descobriu que tinha mais a dar e receber numa clínica.


Fonte: tendafranciscana


A vida interior de uma boa alma


Muito se conhece sobre a vida interior da beata Ângela de Folinho e quase nada da sua vida, antes da sua conversão a Deus.
De estudos realizados pode-se determinar como data aproximada de nascimento o ano de 1248; porém ignora-se o nome da família. O nome da cidade de origem substitui o nome familiar, Ângela de Folinho.
Parece que perdeu o pai quando menina, enquanto que sua educação materna foi fraca e mundana. Falhou na formação do seu caráter e a expôs a graves perigos de perversão, particular- mente na flor da juventude. Favorecida pela fortuna e por singular graça natural, Lela, como era chamada familiarmente pela mãe, pode contrair matrimônio com um cidadão de prestígio de Folinho; ignora-se o nome dele. Teve filhos aos quais amou com ternura e cercou de afeto sua mãe por quem era adulada e estimulada à vaidade.
Outros particulares deste período não são conhecidos, exceto os que ela fornece na sua narração de retorno a Deus, por volta de 1285, após um passado de culpas e remorsos.
Ela recorda com grande amargura este passado; mas é difícil poder determinar a causa de sua queda. Fala de modo genérico o que não justifica a suposição de quem quis ver no seu desvio moral uma conduta publicamente escandalosa. Dotada de temperamento afetivo, tinha boa inteli- gência e conservava bastante pudor para poder chegar até o escândalo. Isso aparece na sua imen sa vergonha a abrir-se ao seu confessor. Muitas vezes calou seus pecados graves no sacramento da confissão, acrescentando, assim, o sacrilégio às culpas.
Sem dúvida, o bem-estar da família, a superficialidade juvenil, a busca de adulação e de ser importante na sociedade foram ocasião de graves quedas morais, mas não parece ter chegado ao escândalo. Ângela tinha um coração bom e sincero e sensível ao remorso. Deus esperava-a na soleira do seu amor para tirar da sua miséria uma obra-prima de santidade.
Certo dia, foi tomada por um extraordinário medo do inferno e da condenação eterna. Os remorsos da consciência se intensificaram com grande martírio do seu espírito sem dar-lhe tré- gua. Chorou amargamente, mas para sua desgraça, também daquela vez, vencida pela vergonha, calou seus pecados na confissão e continuou a comungar sacrilegamente. Os remorsos aumenta- vam.
O que a sacudiu definitivamente foi um fato novo, para ela decisivo: um nobre de Foli- nho, Pedro Crisci, seguindo a inspiração divina, despojara-se das suas riquezas, para entregar-se a uma vida de perfeita pobreza na Ordem Terceira da Penitência. No início ela gozara da cara dele; depois ficou impressionada pela serenidade espiritual que brotava de sua pessoa e sentiu-se atraída a imitá-lo. Assim, superou as angústias de consciência e adquiriu a paz que tanto admira va naquele homem.
Porém, precisa superar a vergonha. Como fazer? Veio-lhe um pensamento confortador: recorrer a São Francisco, o santo da paz e da alegria. Pediu a S. Francisco que lhe desse a graça de encontrar um bom confessor, com quem pudesse abrir totalmente o coração. Na noite daquele dia São Francisco apareceu-lhe e a encorajou com promessa de ajuda: "Irmã, se tivesses me pedi do antes, já te teria escutado, mas o que me pedes te é concedido".
Na manhã seguinte, logo cedo, sai de casa e vai à igreja de São Francisco, perto de sua casa. Pensava que ali encontraria o confessor; foi em vão. Retornando à casa, passou pela cate- dral dedicada a São Feliciano; entrou. Era ali que Deus a esperava. Naquele momento estava pre gando um frade franciscano, capelão do bispo. Era frei Arnaldo, seu primo e futuro orientador es piritual. O frade deu-lhe tanta confiança que resolveu confessar-se com ele. Terminada a prega-- ção, Angela aproximou-se dele e lhe expressou seu desejo. Desapareceram toda vergonha e re- pugnância; sentia a força de nada esconder. São Francisco dera-lhe a desejada graça.
Nunca mais esqueceu aquele momento; mais tarde dirá: "E fiz uma ampla confissão".
Foi um renascimento depois de um atormentado passado de morte espiritual. Experimentou uma alegria íntima e inexprimível; alegria misturado ao pranto. Era um pranto amargo e restaurador: dor por ter ofendido a Deus e alegria de tê-lo encontrado na paz da cons ciência.


Frei Paulo Oblak OFM Conv.

"A quem iremos, Senhor?"


A fé cristã é uma graça, um dom, um presente. Felizes aqueles que, desde a mais tenra infância, no meio dia da vida e no entardecer da existência tiveram e dita de encontrar Cristo Jesus ressuscitado. Falar em fé cristã é dizer fé na pessoa do Ressuscitado. Felizes aqueles que, de alguma forma, revolucionaram sua trajetória fazendo-se companheiros de caminhada do Cristo vivo. Morreram a si mesmos e se tornaram vivos em Cristo. A fé não consiste num catálogo de verdades, nem em arroubos sentimentais oscilando de um lado para o outro. A fé é adesão da vida, é entrega ilimitada a esse Cristo Jesus que penetra nossa vida. Mora na Igreja e é o Senhor da história. Somos felizes em viver nossa fé cristã.

Gostamos de percorrer os passos do Senhor descritos pelos evangelhos: Jesus indo ao encontro das pessoas, sentando-se à mesa com pecadores, contando as histórias da semente, da casa sobre a rocha, do pano novo e da roupa velha. Ficamos encantados ao vê-lo chamar Zaqueu, conversar com Madalena, prometer o paraíso ao ladrão que suplicava no alto da cruz. Gostamos de ouvir o sermão das bem-aventuranças.

Tudo isso nos faz bem. Mas não é o essencial. Cremos que ele vive e hoje nos envolve com sua vida. Sabemos que morremos a nós mesmos e a vida dele está em nossa vida. Quando nos reunimos na sinceridade de nossas vidas e na limpidez no amor, ele se faz presente. Ele alimenta nossa caminhada quando participamos da Eucaristia, quando ali fazemos o propósito de dar a vida pelos outros como ele deu. Vamos nos tornando pão para outros e nos nutrimos com o sacramento do pão e do vinho colocado sobre a toalha branca do altar. Quando os cristãos se casam, se unem no Senhor. Assim, como o Senhor deu a vida pelos seus nas núpcias da cruz, assim os esposos se amam na qualidade do amor de Cristo pela Igreja. Tudo isso faz parte da fé cristã, do tesouro da fé cristã que carregamos, é verdade, em vasos frágeis, de barro.

Mas a fé é um dom. Ela é dada aos que se abrem de verdade a Deus. “As palavras que vos falei são espírito e vida. Mas entre vós há alguns que não creem. Ninguém pode vir a mim a não ser que seja concedido pelo Pai”. Segundo João, no final do sermão do pão da vida, muitos já não queriam mais andar com ele… e além do mais esse história de comer sua carne parecia alguma coisa estranha. E Jesus deixa a liberdade aos seus para que partam, que deixem o grupo, que vivam sem fé… No final de tudo levanta-se a voz de Pedro: “A quem iremos, Senhor, só tu tens palavras de vida eterna. Nós cremos firmemente e reconhecemos que tu és o santo de Deus”.

Felizes os que caminham pela vida na fé em Cristo ressuscitado! Estes fazem suas as palavras de Pedro: “A quem iremos, Senhor? Só tu tens palavras de vida sem fim!” T

Fonte: reflexões franciscanas

A Pobreza em Espírito


Por Frei Francisco Bezerra, OFMConv.

"Bem-aventurados os pobres em espírito" (Mt 5, 3). As bem-aventuranças revelam uma ordem de felicidade e de graça, de beleza e de paz. Jesus celebra a alegria dos pobres, aos quais o Reino pertence desde já: O Verbo chama 'pobreza em espírito' à humildade voluntária do espírito humano e à sua renúncia; e o Apóstolo dá-nos como exemplo a pobreza de Deus, quando diz: "Ele fez-Se pobre por nós (2 Cor 8, 9)". (Catecismo da Igreja Católica § 2.546)

Que melhor lição de humildade nos poderia dar o Senhor ao fazer nascer o Seu Filho num estábulo e pôr a Virgem Maria e São José a deitá-Lo numa manjedoura, quando O podia ter feito nascer num Palácio em berço de ouro.

Sigamos o Seu exemplo e não olhemos "para as coisas visíveis, senão para as invisíveis; é que as visíveis são passageiras, ao passo que as invisíveis são eternas" (2 Cor 4,18), ou seja, cultivemos de coração contrito e humilde a nossa fé na Santíssima Trindade, na Imaculada Conceição e na Santa Madre Igreja, que são a nossa maior riqueza. T


Fonte: reflexões franciscanas

“Há mais alegria em dar do que em receber” (At 20,35b)

A alegria da doação mora no coração do ser humano que ao doar-se doa sem reservas. Francisco de Assis apreendeu do Cristo crucificado o que significa doação, pois Nosso Senhor mesmo sendo Deus assumiu a condição humana (cf. Fl 2,6) e abraçou as mazelas da humanidade, e que por isso padeceu, morreu e ressuscitou.

A palavra doação do verbo doar denota transmitir gratuitamente algo. Assim, doação sempre está atrelada a gratuidade, ou seja, doação é sempre condição de possibilidade gratuita de uma ação. Doar-se neste sentido, soa como um despojamento de si, um deixar-se conduzir pela leveza de um coração repleto de amor, pois quem ama só pode amar sem interesse, caso contrário deixaria de ser amor. Então, doação, gratuidade e amor indicam ao ser humano o modo de portar-se frente ao irmão.

Uma pequena estória nos faz entrever o que significa doar-se. Um sábio ancião escutou certo dia o fósforo dizer à vela:
- Minha missão é te acender.
- Ah, não, disse a vela. Tu não vês que se me acendes, os meus dias estarão contados. Não faz uma maldade dessa não.
- Então queres permanecer toda a tua vida assim dura, fria, sem nunca ter brilhado, perguntou o fósforo.
- Mas ter que me queimar. Isso dói. Consome as minhas forças, murmurou a vela.
- Tens toda razão, respondeu o fósforo, esse é precisamente o mistério de tua vida. Tu e eu fomos feitos para ser luz. O que eu, como fósforo, posso fazer é muito pouco. Mas se passo a minha chama para ti, cumprirei com o sentido de minha vida. Eu fui feito justamente para isso: para começar o fogo. Tu és vela. Tua missão é brilhar. Toda tua dor, tua energia se transformará em luz e calor.
Ouvindo isso a vela olhou para o fósforo que já se estava apagando e disse:
- Por favor, acende-me.


alegria da doação é justamente deixar-se consumir pelo outro, caso contrário não valeria apena uma vida meramente egocêntrica. O homem de Assis testemunhou isso a seus irmãos de modo visivelmente claro. Francisco deixou-se consumir, feito uma vela, e em toda a sua vida foi uma luz para aqueles que o circundavam.

Doação, então, significa consumir-se, no entanto, este consumir-se é também algo doloroso que compete sacrifício. Poverello entendeu isso ao entrever na Cruz do Senhor, a completa doação, uma doação sem limites, aquela doação do coração. Somente aqueles que possuem um coração pleno de amor são capazes de fazer-se doação, e isto em São Francisco era repleto.T




Fonte: reflexões franciscanas

São Raimundo Nonato

31 de Agosto



Hoje, celebramos a vida do santo que se tornou modelo para todo vocacionado à santidade e ao resgate das almas. Por ter encontrado dificuldades para vir à luz, é invocado como patrono e protetor das parturientes e das parteiras (seu nome significa "não nascido" porque foi extraído vivo das entranhas da mãe já morta). São Raimundo Nonato nasceu na Espanha, em Portel, na diocese de Solsona (próximo a Barcelona) no ano de 1200. Ainda menino, teve de guardar o gado e, durante seus anos de pastor, visitava constantemente uma ermida de São Nicolau, onde se venerava uma imagem de Nossa Senhora de quem era devotíssimo. Conta-se que, durante as horas que passava aos pés de Maria, um anjo lhe guardava o rebanho.

Desde jovem, Raimundo Nonato percebeu sua inclinação à vida religiosa. Seu pai buscou, sem êxito, impedi-lo de corresponder ao chamado vocacional. Ao entrar para a Ordem de Nossa Senhora das Mercês, pôde receber do fundador: São Pedro Nolasco, o hábito. Assim, tornou-se exemplo de ardor na missão de resgatar das mãos dos mouros, os cristãos feito escravos.

Certa vez, São Raimundo conseguiu liderar uma missão que libertou 150 cristãos, porém, quando na Argélia acabaram-se os recursos para o salvamento daqueles que corriam o risco de perderem a vida e a fé, o Missionário e Sacerdote Raimundo, entregou-se no lugar de um dos cristãos. Na prisão, Raimundo pregava para os muçulmanos e cristãos, com tanta Unção que começou a convertê-los e desse modo sofreu muito, pois chegaram ao extremo de perfurarem os seus lábios com um ferro quente, fechando-os com um cadeado.

Foi mais tarde libertado da prisão e retornou à Espanha. São Raimundo Nonato, morreu em Cardona no ano de 1240 gravemente doente. Não aguentou atingir Roma onde o Papa Gregório IX queria São Raimundo como Cardeal e conselheiro.

O seu corpo foi descansar na mesma ermida de São Nicolau em que orava nos seus anos de pastor.

São Raimundo Nonato, rogai por nós!

SEXTA-FEIRA, 31 DE AGOSTO DE 2012

Amadurecimento espiritual e humano: Um convite à Escuta


Por Frei Donil Alves, OFMConv.

A palavra maturidade vem do latim maturus: que chegou a ser em tempo determinado.

No dicionário da Língua Portuguesa, maturidade significa: Estado das pessoas ou das coisas que atingiram completo desenvolvimento. Anselm Grün inicia seu livro afirmando que maduro é aquele que chegou a ser aquilo que deve ser e quer ser, de acordo com sua determinação e sua essência; Escolhemos crescer ou não crescer. Por isso cada um tem seu tempo, vive entre o Chronos e o Kairós, procurando tornar visível o que existe dentro dele em “termos de possibilidades e capacidades”; isto se dar quando percebemos em nós ou no outro os florescimentos e frutos. Talvez uma das grandes dificuldades que encontramos na vida religiosa seja de não perceber a graça do tempo oportuno. “Tudo tem seu tempo e há um momento oportuno para cada coisa debaixo do céu!” (Ecle 3,1ss). “a maturidade se mostra quando temos a capacidade de lhe dar com os nossos problemas e com os dos outros”; quando existe a capacidade de se relacionar bem no trabalho, ter espírito de cooperação e trabalhar em equipe, de contribuir , de fazer críticas construtivas, de aceitar as críticas do outro, de obedecer e se adaptar a novas situações.

“Decisivo para a maturidade de uma pessoa é que ela tenha se reconciliado com a vida e que seja capaz de dizer sim a si mesma, do jeito como é”, procurando ajustar o tempo cronológico com o tempo psicológico (psico-afetivo). Características da maturidade humana são “serenidade, paz interior, vivacidade e abertura, fecundidade (capacidade de produção) e criatividade”. Se compararmos a vida religiosa ou mesmo o religioso com uma árvore que tem por natureza a capacidade de produzir frutos e não produz devido a sua esterilidade estaríamos indo contra a nossa própria vocação. Os frutos que produzimos devem alimentar nossa comunidade, frutos de uma vinha que no tempo oportuno produz o bom vinho para alegrar os convivas e animá-los a fazer parte de nossa família e nossa história. Em Lc 13,6-9 o Evangelho nos apresenta a seguinte parábola para ilustra a paciência do agricultor. E dizia esta parábola: Certo homem tinha uma figueira plantada na sua vinha, e foi procurar nela fruto, não o achando, disse ao vinhateiro: Eis que há três anos venho procurar fruto nesta figueira, e não o acho. Corta-a; por que ocupa ainda a terra inutilmente? E, respondendo ele, disse-lhe: Senhor deixa-a este ano, até que eu a escave e a esterque; E, se der fruto, ficará e, se não, depois a mandarás cortar. O Salmo 1,3 também nos lembra: "Pois será como a árvore plantada junto a ribeiros de águas, a qual dá o seu fruto no seu tempo; as suas folhas não cairão, e tudo quanto fizer prosperará". Ocupar a terra inutilmente significa cumprir sua vocação até determinado momento, ser árvore, porém, depois, não ter a capacidade de gerar frutos. 

Por isso, amadurecer no sentido espiritual “significa que cada pessoa leve à plenitude aquela imagem singular que Deus fez dela, que realize seu próprio ser, que encontre a forma a ela destinada por Deus”. Romano Guardini (sacerdote e escritor) disse certa vez que cada pessoa é uma palavra proferida por Deus apenas sobre esta pessoa singular e nossa tarefa consiste em torna perceptível neste mundo esta palavra singular de Deus que se tornou carne dentro de nós. No princípio Deus proferiu a palavra “faça-se” e a luz se fez; proferiu palavras escritas em pedras, mas para serem gravadas no coração (“Esta é a aliança que vou concluir com a casa de Israel: porei minhas leis em suas mentes e as imprimirei nos seus corações”. Hb 8,10); todas suas palavras indicavam ações. Provocou seus eleitos a provocar seu povo eleito; exigiu fidelidade e maturidade; manteve firme em sua Aliança até encontrar a Filha de Sião, filha capaz de assumir um projeto de salvação no qual exigia discernimento, escuta e maturidade. Maria proferiu seu FIAT e o verbo se fez carne. Assim, homens e mulheres, levaram à plenitude a imagem singular de Deus dando forma ao amor que até então esta adormecido em tábuas, faixas, altares e um simples cumprimento da lei. O Amor despertou, pois a humanidade começou a escutar a voz de Deus na voz de seu Filho (Dabhar). No princípio era a palavra (logos) e a palavra estava com Deus e a palavra era Deus (Jo 1,1). O Vocábulo palavra (logos) é empregado pelo evangelista João como um título de Cristo, um título no sentido mais vasto e mais profundo. Esta expressão logos (grego) é usada para traduzir o vocábulo hebraico Dabhar, que quando traduzida por “palavra” significa som compreensível. “somente através da voz de Deus em meu interior posso reconhecer a imagem que Deus fez de mim”. 

Escutar é algo precioso e está na raiz de nossa história. Sem a escuta não há discernimento, sem discernimento não há maturidade espiritual. O que foi preciso para que Francisco de Assis proferisse as palavras: “É isto que eu quero! É isto que eu procuro! É isto que eu desejo de todo coração!” (1 Cel 9,22). Foi necessário passar pelo processo da liberdade e da escuta. Nele havia um forte potencial, um coração vibrante e um desejo grande de viver. 

Francisco buscou ideais que não envelhecem porque estes são necessários a todo coração humano: A liberdade e o amor livre. Nas grutas, nos lugares ermos e nos altos montes, entre Assis, Úmbria, Perugia, Gubbio, Greccio... Francisco aprendeu a escutar. A voz de Deus veio ao seu encontro no tormento da dor em uma prisão, nos dias intermináveis em um leito adoentado, escutando a sua voz interior, as vozes que sussurravam ao seu redor na expectativa de seu despertar (sua mãe, seu pai e seus amigos), e em meio a sentimentos e pensamentos, paixões e necessidades, Francisco desperta para um novo mundo. No balido (som emitido pelas ovelhas e cordeiros) de um sino de leproso em uma estrada única, sem desvios, Francisco experimenta um Deus que vai além das Catedrais, da palavra da Bíblia e da liturgia solene, pela realidade de seu corpo, palpável, verdadeiro, humano, em sua alma e no Espírito de Deus, em um abraço único, mas capaz de fazer florescer em sua vida um novo homem. Francisco encontra-se no ápice de sua maturidade espiritual. Anselm Grün chama este processo de espiritualidade “desde baixo”, ou seja, temporal em busca com uma espiritualidade “desde o alto”, ou seja, Transcendental. A maturidade espiritual permitiu-nos ligar o céu e a terra. Este processo não se faz em um único passo, mas são passos lentos, muitas vezes ha retrocesso. É preciso primeiro cair por terra, pois todos somos sementes, e esperar o tempo de morrer para nascer, pois sem a morte não há uma nova vida. Aparentemente, Francisco, árvore pequena e frágil que foi não se deixou minguar pelos obstáculos de seu crescimento. Sua folhagem e seu tronco poderiam até demonstrar ausência de grande vitalidade, mas suas raízes eram profundas, e nenhuma ventania, inverno ou árduo tempo de escassez o impediu de dar frutos necessários para alimentar a vinha que crescera à sua volta, os irmãos que dia após dia se ajuntavam, crescendo , florescendo e amadurecendo. Seu grande desafio foi ensinar aos seus irmãos a fazer um caminho de amadurecimento. Não basta somente dar sombra é preciso dar fruto.

A fraternidade deve efetivamente produzir frutos que sejam curadores. Mas, com certa frequência descobrimos que alguns irmãos ou nós mesmos somos apenas sombras ou folhas ao vento. Devemos esperar o tempo de Deus. O sabor do melhor fruto é aquele que no momento certo convida a ser colhido e degustado. A terra no seu silêncio acolhe a semente. Entre Terra e semente há um som compreensível assim como entre o humano e Deus também há de ser. Recordemos que “maduro é aquele que chegou a ser aquilo que deve ser e quer ser, de acordo com sua determinação e sua essência”. No alimento quotidiano de nossa vocação o que estamos escutando? Eis o nosso desafio pessoal e comunitário. T


Fonte: reflexões franciscanas

CLARA FORMA E VIDA VOCAÇÃO E MISSÃO
Santa Clara é o verdadeiro modelo de santidade e de entrega ao Senhor, de tal forma que continua interpelando hoje a todos os que, de coração sincero e aberto, aproximam-se de sua vida exemplar na vivência das virtudes cristãs. Não é tão necessário deter-nos, agora, na descrição geral da vida de Santa Clara porque a conhecemos suficientemente. Vale mais fixar-nos no estilo de vida que ela viveu, refletindo sobre aquelas atitudes em que ela é exemplo e modelo para que também nós nos empenhemos em vivê-las em nossa vida.
Sendo ainda muito jovem, descobriu, através das pregações e dos conselhos de Francisco de Assis, que Deus a chamava à santidade, especialmente quando o ouve dizer: “Este é o tempo favorável, esta é a hora; chegou o tempo de dirigir-me a Ele que me fala ao coração já faz algum tempo; chegou a hora de optar, de escolher” … Clara se vê envolvida nestas palavras e inicia seu caminho de discernimento vocacional, intuindo que Deus a chama para uma entrega total a Ele, vivendo um estilo de vida parecido ao de São Francisco. Confiando profundamente em Deus, opta por este caminho. Hoje, nós, ao escutarmos novamente estas palavras, pensamos, por assim dizer, no impulso, no empurrão de que todos temos necessidade para seguir nossa vocação e que pode ser um acontecimento, um encontro, uma determinada pessoa. São momentos de graça que nos ajudam a ver com os olhos do coração o que Deus quer e nos ajudam a decidir-nos para seguir a voz de seu chamado.
Clara, aos dezenove anos de idade, no frescor e no vigor de sua juventude, começa a doar a sua existência ao “Rei” de sua alma. Começa a buscar não tanto as obras do Reino, mas busca o próprio “Rei”. Em outras palavras, ela se deu conta de que, uma vez encontrando o “Rei”, é possível construir o Reino. A vida de Clara foi um amor apaixonado por Jesus Cristo e, a partir d’Ele, ela se tornou transparência, sinal, sacramento existencial de sua presença e de seu mistério. Jesus Cristo, pobre e crucificado, é o tesouro incomparável, o seu rosto é formoso, o seu amor é suave. Contemplando-o, Clara descobre a razão de ser e a meta última da sua vocação. Junto a Jesus está sempre sua bendita Mãe, a Virgem Maria, por quem cultiva fervorosa devoção.
Clara centra sua vida toda em Jesus, não como um refúgio para fugir das dificuldades do mundo, mas para empenhar-se na construção da história humana conforme o projeto de Deus. Jesus Cristo é alimento e vida na Eucaristia. Em muitos templos católicos, encontramos imagens de Santa Clara, e chama particular atenção aquela em que ela está abraçando, junto ao seu coração, Jesus Eucarístico. Como Francisco, Clara se mostra enamorada por Deus e não pode fazer outra coisa que abraçá-lo, ou melhor dito, deixar-se abraçar por Ele, pelo seu Filho Jesus. Ao contemplar Santa Clara, também nós desejamos que Deus nos faça sentir o seu abraço, porque só Nele sabemos quem somos e só nele podemos reconhecer que ao nosso lado há irmãos e irmãs que esperam tanto de nós e a quem podemos dar algo que às vezes não queremos dar.
Clara, mostra-nos a vontade do Senhor, quando a vida se torna árdua e difícil. Clara, nos ensina a amar, mesmo quando o amor não é amado nem compreendido. Clara, envia-nos, para os lugares que precisam de nossa presença e do nosso amor. Clara, pobre como o Cristo pobre e Crucificado, ajuda-nos a viver sem nada de próprio como prometemos ao Senhor. Clara, alma escondida em Deus, ensina-nos a sermos fiéis, e a levar a sério o nosso voto de clausura, por amor a Cristo e à mãe Igreja. Clara, alma ardente de amor e de ternura, ensina-nos a contemplar os mistérios da cruz e da ressurreição. Clara luz, ilumina o nosso coração na chama do amor, para vivermos com paixão e audácia a nossa vocação. Clara, irmã Clara, fonte de ternura e amor, ensina-nos a amar e acolher nossas irmãs, como são amadas e acolhidas pelo Senhor. Clara, nossa Forma de Vida é o Santo Evangelho, ensina-nos a vivê-lo concretamente e a sermos verdadeiras testemunhas do amor e da Misericórdia de Deus para com toda humanidade.
Somos chamadas a ser outras Claras no mundo de hoje, testemunhando o Evangelho, sendo anunciadoras da boa nova para cada irmã e irmão que convive conosco, na dor e na alegria, como Clara que assumiu por amor cada uma de suas irmãs, presentes e futuras, como dom de Deus. Que nossa mãe Santa Clara e nosso pai São Francisco nos iluminem, para fazermos a vontade do Senhor!
Ir. Maria José da Mística, OSC
Fonte: www.pvf.com.br

POR QUE A TI, FRANCISCO?

Ninguém duvida da atualidade e da força de atração da mensagem evangélica encarnada por São Francisco há oito séculos. De fato, o testemunho do Poverello de Assis ultrapassa os confins de sua época, de sua cultura. É impossível confiná-lo dentro de uma confissão religiosa e, muito menos, considerá-lo como uma “propriedade privada” de seus seguidores. Trata-se de uma experiência espiritual com uma dinâmica particular, com um fascínio, que não pode ser circunscrito a um momento histórico ou a um determinado grupo. Sempre que se tenta encerrar sua mensagem em definições, sempre que se pensa haver encontrado a fórmula de sua mensagem e tê-la assimilado, sua riqueza explode em conteúdos e modalidades surpreendentemente novas. O aparecimento, ao longo dos séculos, de sucessivas famílias religiosas e grupos que se alimentam de seu carisma, como também as várias tentativas de “reforma” das ordens franciscanas, são um sinal evidente dessa inquieta riqueza.
Trata-se de uma mensagem, de uma espiritualidade, que reivindica sua liberdade, sua alegria de existir. Parece encontrar a própria casa só quando não tem casa.
Desde que, na praça de Assis, diante do Bispo e dos concidadãos estupefatos, Francisco se despojou, restituindo tudo ao pai, com as palavras: “Daqui pra frente poderei dizer com liberdade: Pai nosso que estais nos céus… e não mais meu pai Pedro Bernardone, ele e sua mensagem não suportam mais nenhuma escravidão. Nenhum hábito será mais de seu tamanho.
“Francisco, por que todo o mundo corre atrás de ti, e parece que todos querem ver-te, ouvir-te e obedecer-te? Francisco, por que todos correm a ti?” (Fioretti, 10). A pergunta de Frei Masseu receberia hoje as respostas mais diversas: por causa do espírito poético, por causa de seu amor pela natureza e pelas criaturas, por causa de sua total partilha com os mais pobres, por causa de sua capacidade de reconciliar e pacificar… A lista poderia continuar, ou melhor, cada século tem sua lista com as próprias respostas. Cada família, cada instituto franciscano, entre as centenas que nasceram no curso da história, pode reivindicar e definir seu símbolo, seu “hábito”, sua estrutura, seu compromisso social; mas infeliz de quem vê nessas obras, ou em outras formas externas, a realização definitiva da espiritualidade franciscana! Francisco repete a cada um: “Não quero que me falem de nenhuma regra, nem de São Bento nem de Santo Agostinho nem de São Bernardo, nem de outro ideal ou maneira de viver diversa daquela que o Senhor, em sua misericórdia, se dignou revelar-me e ensinar. O Senhor manifestou o desejo de que eu seja um novo insensato nesse mundo…” (Esp. 68, cfr. 1Cor 4,10).
O “milagre evangélico” de nome Francisco nasceu quando ele substituiu a eficiência de uma vida baseada sobre o comércio e a acumulação, o ideal cavalheiresco que todos sabiam que tinha, pela imagem do Cristo pobre, pela imagem de um Deus que se revela na pobreza, na fragilidade, na expropriação, no mais radical dom de si: “O Filho do homem não tem onde pousar a cabeça”. Nessa “insegurança” vivida pelo Filho de Deus na terra, o santo de Assis encontrou sua segurança, o ponto de referência, o horizonte claro, tão fascinante, tão nítido que tudo em torno dele mudou de rosto e de significado. Nascem relações novas, profundas, livres e libertadoras. Tudo é potencializado: suas intuições sempre novas, sua afetividade sem limites, sua fantasia simbólica que, ano após ano, se torna cada vez mais audaz e confiante. Tudo é vivido em simplicidade e unidade, olhando para o horizonte determinante: “Agora posso dizer com liberdade: Pai nosso que estais nos céus”. Sua pobreza é fazer nele espaço ao Espírito, que multiplica a capacidade criativa que vem de Deus e só de Deus.
Por que Francisco encanta ainda e não deixa a gente “dormir” em paz?
Porque aponta diretamente para a Boa Nova, convida e incita a cada um de nós a um encontro frontal com a mensagem do Evangelho. “Agora toca a ti, ao teu corpo, ao teu coração dar carne ao Evangelho, com coragem e sem hesitações. Estás nos braços de Deus Pai, não tenhas medo!” Francisco encanta, porque revela e expressa todas as possibilidades existentes em nós, mas que tantas vezes não conseguimos liberar, porque estamos muito voltados para nós mesmos e isso nos sufoca e angustia. O abandono em Deus despertou em Francisco a confiança em si mesmo como objeto dos inexauríveis dons de Deus e das infinitas possibilidades que a pessoa tem de expressar-se; revelou-lhe a alegria da expropriação radical e da liberdade para o Reino; abriu-o à fecundidade inesgotável do relacionamento com as pessoas e com o mundo criado, transformando-o no homem de diálogo, da comunhão e da paz. Esse abandono total, parecido ao da criança que tudo espera de seus pais, vai sendo conquistado dia a dia, na ausculta da Palavra, quase diria, defendendo Deus de nós mesmos, percorrendo com audácia os vários caminhos da espoliação.
“Francisco, diz o primeiro biógrafo, parecia um homem do outro mundo” (1Cel 36): de um mundo mais humano, fraterno, respeitoso, solidário; o mundo que todos desejamos e com o qual sonhamos. Poderia ser o mundo do terceiro milênio, se não suportarmos passivamente as imposições das infindáveis formas idolátricas e egocêntricas que nos são impostas, mas acolhermos, com um coração renovado, o projeto originário de Deus em nós. É essencial reapropriar-nos, com entusiasmo, da novidade da mensagem do Evangelho transmitida pelo original fascínio de Francisco, dando-lhe novas formas mais transparentes, mais eloqüentes, mais significativas, encontrando “odres novos para o vinho novo”, de tal maneira que a nossa vida seja um anúncio coerente Daquele em quem pusemos nossa esperança. A cada um de nós, homem ou mulher, é dirigido o recado que o Poverello deixou na hora da morte: “Eu fiz a minha parte, Cristo vos ensine a fazer a vossa” (2Cel 214).
Francisco nos deixou um conteúdo “nu” como nu estava ele na praça de Assis. Deixou-nos uma mensagem clara para ser encarnada e testemunhada.
“Por que a ti, Francisco?” Quando Francisco passava pelas estradas, todos corriam atrás dele, porque percebiam que nele havia bem mais que ele mesmo. Cabe a nós dar novo vigor, concretude e atualidade a esta mensagem. Não podemos frustrar as esperanças do mundo em que vivemos.

Fonte: www.pvf.com.br

 ORDEM FRANCISCANA SECULAR 


 



     A Ordem Franciscana Secular tem suas origens no século XIII, quando leigos manifestaram o desejo de seguir os passos de São Francisco de Assis, seu fundador e fonte de inspiração. No início de sua história vê-se reconhecida pela Igreja como irmãos e irmãs da penitencia. O Papa Gregório IX em 20 de maio de 1221 aprova a primeira Regra “Memoriale Propositi” com a primeira denominação Ordem da Penitência. Em 18 de agosto de 1289 o Papa franciscano Nicolau IV, com a Bula “Supra Montem” reconhecia São Francisco como fundador da Ordem da Penitência e a denominava de Ordem Terceira de São Francisco.

     No século XVIII a Ordem Terceira foi duramente atingida com a supressão da Ordem decretada por José II, Napoleão e outros. Com a Revolução Francesa os terceiros viram-se fragilizados e pagaram com a própria vida sua fidelidade a Igreja. Na segunda metade de século XIX a Ordem Terceira ressurgiu com nova força, fazendo uso da impressa e grandes personalidades, e muitos santos. O Papa Leão XIII com a Constituição Misericors Dei Filius promulgou uma nova Regra em 1884. Ele colocou na Ordem suas esperanças e preferências e exortou calorosamente que a propagassem por toda a parte, e novamente a Ordem floresceu. Em 1966 a Sagrada Congregação dos Religiosos concedeu a Ordem Terceira a “faculdade de atualizar-se”.











       UNIFICAÇÃO

     No Brasil, a partir de 1972 a OFS foi unificada sob uma única obediência, constituído Conselhos de nível Nacional, Regional e Local. Isto só foi possível graças aos trabalhos incansável de Frei Mateus Hoepers, OFM que trabalhou pela unificação das obediências e irmão Paulo Machado da Costa e Silva, na elaboração da Regra até a reforma das Constituições Gerais em caráter experimental. O acontecimento máximo da renovação da OFS foi o surgimento da Regra renovada, confirmada por Paulo VI, em 24 de junho de 1978. Esta Regra foi elaborada pelos Franciscanos Seculares de todos os Países, em textos breves, simples, profundamente evangélicos e legitimamente Franciscanos, tendo com característica principal à secularidade. E desde então a Ordem Terceira passou a chamar-se Ordem Franciscana Secular. “amai, estudai e vivei, esta nova Regra” recomendou-nos o Papa João Paulo II.

     Hoje a OFS configura como uma união orgânica de todas as Fraternidades católicas espalhadas pelo mundo e abertas a todos os grupos e fiéis católicos (jovens, solteiros, casados). Nelas, os irmãos e as irmãs, impulsionados pelo Espírito a atingir a perfeição da caridade no próprio estado secular, são empenhados pela Profissão a viver o Evangelho à maneira de São Francisco e mediante uma Regra confirmada pela igreja.








     No Brasil, a OFS historicamente está ligada aos Frades da primeira Ordem e abrange todo o território nacional. Ela está organizada em dezesseis Regiões, com cerca de 582 Fraternidades, e aproximadamente 18.000 Franciscanos Seculares em todo o país. No mundo a OFS está presente em 72 países com cerca de 430.000 Franciscanos Seculares Professos e mais de 50.000 inscritos na Juventude Franciscana (JUFRA) presentes em mais de cem países nos cinco continentes.



A BÊNÇÃO DE SÃO FRANCISCO 
O pequeno pergaminho de 14 x 10 cm, dado por Francisco a Frei Leão, contém dois textos: de um lado a oração Louvores de Deus e do outro a Bênção a Frei Leão, seu fiel companheiro:

O Senhor te abençoe e te guarde,
Mostre a ti o seu rosto e tenha misericórdia de ti.
Volte para ti o seu olhar
e te dê a paz.

Embaixo do escrito, Frei Leão acrescentou de próprio punho e com bela caligrafia em tinta vermelha: "O bem-aventurado Francisco escreveu de próprio punho esta bênção para mim, Frei Leão".

As palavras da Bênção de São Francisco correspondem, nas cinco primeiras linhas, quase completamente à benção de Aarão do livro dos Números (Nm 6,22-26). Mas o Santo deixa fora duas vezes a palavra "Senhor" (Jahwe-Dominus), que está três vezes no texto bíblico, tríplice repetição que fez os Padres da Igreja verem uma alusão à Trindade:

O Senhor te abençoe...
O Senhor te mostre...
O Senhor volte para ti...

Retomada na liturgia pós-conciliar, ela foi colocada no novo missal como primeira entre as possíveis bênçãos solenes do período "per annum". Além disso, a leitura de Nm 6,22-26 está nos três ciclos litúrgicos como primeira leitura na festa de 1º de janeiro. Hoje é um bem "recuperado" pela Igreja Católica. A revalorização desta bênção deve então ser muito sentida por todos os que pertencem à família franciscana. Redescobrindo-a e voltando a utilizá-la estaremos fazendo o que fez Francisco ao recuperar uma fórmula litúrgica quase esquecida, considerando-a apta para consolar o amigo na aflição. Usando-a, Francisco descobriu o profundo significado da fórmula e, no modo de usá-la, mostrou que captou precisamente seu sentido original.

As palavras que Francisco acrescentou às bíblico-litúrgicas são poucas, mas importantes, porque são pessoais do Santo: "O Senhor te abençoe, Frei Leão". Essas palavras foram deslocadas um pouco à direita e escritas de modo a fazer passar a haste vertical da cruz através do nome de Frei Leão. De forma muito simples, Francisco dá a bênção a seu sofrido companheiro. A invocação pessoal mostra a preocupação materna de Francisco por seu fidelíssimo amigo, pai, confessor e secretário. Leão é sacerdote, Francisco apenas diácono: neste caso, é um não-sacerdote que abençoa o sacerdote.

Francisco, ao abençoar, põe-se - e talvez muito conscientemente - na linha dos que, no AT, mediavam a bênção de Javé e na liturgia da Igreja invocavam, em situações especiais, a bênção de Deus sobre uma pessoa ou sobre o povo. Fazendo isso, o Santo põe em prática uma habilitação dada pelo batismo e para a qual tinha sido encarregado como diácono.

Do "Vós" de Deus ao "tu" do irmão

Os Louvores de Deus, como se encontram no frontispício do pergaminho, repetem por mais de trinta vezes a invocação "vós", e nunca usam a palavra "eu". Diante da riqueza e da grandeza de Deus, engrandecidas com títulos e invocações sempre renovados, coloca-se como que de lado. Mesmo mudando as palavras, o que sobra é o dom de si ao inalcansável e inefável VÓS.

Na Bênção, em vez disso, Francisco sai dessa imersão mística do Vós divino para se voltar ao tu do irmão. Mesmo nesse caso o eu do Santo fica completamente em segundo plano. O que interessa é só o Senhor e seu irmão Leão. No breve texto de bênção repete-se sete vezes o pronome "tu-te", estendendo assim o seu voltar-se do Vós de Deus para o tu do irmão sofrido e aflito.

Francisco não dá a seu companheiro nenhuma sugestão prática sobre o que tem que fazer; diante de Leão comporta-se de forma discreta, abençoando-o "apenas". Como na outra parte do pergaminho tinha encaminhado para a grandeza e bondade de Deus, agora só põe Frei Leão sob a bênção do mesmo misericordioso protetor, guarda e defensor, para que Ele volte seu rosto para o irmão e dele tenha misericórdia.

O rosto do Senhor, que iluminou as trevas de Francisco em São Damião, ilumine também a escuridão de Frei Leão. Aquele rosto que, na figura do serafim, tinha marcado em Francisco as feridas do amor, inflame de amor também Frei Leão. Aquele que é "segurança e descanso" dê também a Frei Leão shalom, paz e bem.

O fiel companheiro, desencorajado pela visão da cruz experimentada por Francisco, foi englobado, através da bênção, no encontro que o Santo teve com Cristo. Francisco quer fazê-lo participar daquela graça que lhe foi dada através de sua personalíssima bênção, reforçada com o "Sinal do Tau com a cabeça".

Uma bênção consoladora para Frei Leão e para nós

Independentemente de como Frei Leão interpretou o desenho posto no fim da bênção, é certo que o gesto de bênção e as palavras de Francisco foram para ele um sinal de consolação, como ainda é para nós hoje.

O significado central do pergaminho todo pode ser assim resumido: uma consolação para todo mundo. Toda pessoa pode percebê-la como dirigida a si. Ainda que os Louvores de Deus sejam uma personalíssima oração de Francisco, escrita por ele depois de receber os estigmas, não se restringem àquela situação mas, como oração, valem para todo tempo e estão abertos a todas as pessoas.

Os louvores litânicos apresentam a grandeza e a bondade de Deus e convidam a entrar com Francisco na santidade, na grandeza, no amor, na mansidão e na bondade de Deus e isso acontece quando levamos Cristo no nosso coração e no nosso corpo através do amor e da consciência pura e sincera, e o geramos através do santo agir, que deve resplandecer como exemplo para os outros (2CtFi 53).

Ainda que em nós não foram impressos os estigmas do crucificado de modo visível, cada um tem suas feridas que podem salvar, que podem tornar-se fonte de salvação para si e para os outros. A cada um que se deixa ferir em nome de Cristo e que leva em si a sua cruz, Francisco repete o que disse a Leão: também tu estás marcado com a cruz de Cristo e por isso és abençoado. És um possuído de Deus e estás sob a proteção dele.

Assim todos os que tentam seguir Jesus na fadiga de sua vida podem ler a bênção de Francisco como endereçada a eles, ver-se marcados com o Tau e poder assim afirmar: este Tau é a cruz, o sinal de Cristo, do cordeiro que foi imolado. Através dele também eu sou redimido. Posso me contar entre aqueles sobre os quais foi assinalado o tau, que vieram da grande tribulação e lavaram suas roupas no sangue do cordeiro. Agora eles vivem em comunhão com ele e a seu serviço. E o cordeiro vai conduzi-los às fontes da água da vida, e Deus vai enxugar suas lágrimas.

Francisco tornou-se um sinal também para mim. Nele tornaram-se visíveis os sinais da paixão de Cristo. Ele é como o anjo do sexto selo que segura o juízo de condenação de Deus e sela e abençoa os servos de Deus. Na cruz de Cristo também eu sou assinalado e salvo. E como Francisco posso agora também eu abençoar os outros e tornar-me sinal e sentido, paz e salvação para eles. Eu, o seu irmão Leão, e os nossos irmãos e nossas irmãs.

Há diversos modos de bênção: a bênção do olhar, da mão, da palavra e da oração. Quem segue esses caminhos torna-se uma bênção para os outros. Como eu poderia ser uma "ponte de bênção" tornando-me um sinal de esperança para os outros?


Fonte: Franciscanos - rs