MARIA
SANTÍSSIMA NA PIEDADE DE SÃO FRANCISCO
Por
ocasião do Concílio de Latrão em 1215 encontram-se em Roma, Francisco e
Domingos. Dizem que ao sair de uma igreja Domingos viu São Francisco de Assis,
reconhecendo de imediato o homem predestinado por Deus para a restauração da
Igreja Universal. Sentiram-se atraído um pelo outro e uma santa amizade uniu aquelas
duas almas, que tanto bem deveriam fazer para a humanidade. Os dois receberam
do Papa Inocêncio III, em Roma, no ano de 1215 a incumbência de um trabalho
gigantesco para a gloria de Deus e salvação das almas. São Francisco sempre foi
um grande devoto da Santíssima Virgem Maria, prestou-lhe sempre homenagem.
Foram os Franciscanos os promulgadores da devoção da Imaculada Conceição. O
dogma foi promulgado em 1854. A virgem Maria representava para São Francisco as
portas do céu, ela lhes oferecia o diurno auxílio na senda espiritual. Apesar
de sua vida de árduos trabalhos, São Francisco agradecia sempre a Deus, porque
se julgava um homem feliz, pelas graças que recebia. O Pensamento de São
Francisco nunca se afastava da luz divina, era uma oração ininterrupta, sempre
aperfeiçoando suas virtudes, jamais teve ostentação, as palavras do Evangelho e
a vida do nosso Senhor Jesus Cristo estavam sempre presentes. Na sua humildade
unia-se cada vez mais a Deus, desejando a confraternização de todos os seres,
sem distinção de raça, credo ou cor. Ele repetia: “Todos os seres são iguais,
pela sua origem, seus direitos naturais e divinos e seu objetivo final. Homens
pobres, ricos e poderosos, rudes ou letrados pediam para seguir-lhe naquela
vida.
A famosa quarenta de São Miguel Arcanjo, que
normalmente é feita entre as festas litúrgicas da assunção de Nossa Senhora
(quinze de agosto) e dos santos arcanjos (vinte e nove de setembro), foi criada
pelo seráfico São Francisco.
O pobrezinho de Assis costumava fazer três períodos fortes de penitência que serviam para preparação das seguintes festas da igreja: a primeira seria a Páscoa, que é precedida pela quaresma; a segunda por este tempo citado acima para a festa de São Miguel Arcanjo e a terceira os dias do advento nos quais se preparava para viver o Natal.
O pobrezinho de Assis costumava fazer três períodos fortes de penitência que serviam para preparação das seguintes festas da igreja: a primeira seria a Páscoa, que é precedida pela quaresma; a segunda por este tempo citado acima para a festa de São Miguel Arcanjo e a terceira os dias do advento nos quais se preparava para viver o Natal.
São Francisco não é apenas um santo
muito devoto, muito afeiçoado à Mãe de Deus, mas é um dos santos em que a
piedade mariana aparece numa floração original e singular, sem contudo se
afastar, por pouco que seja, das linhas marcadas pela Igreja. A Idade Média, da
qual é Filho, teve uma piedade mariana cheia dos mais suaves encantos, porque
fundada toda sobre a nobreza de sentimentos e a cortesia de atitudes de
cavaleiros. Os cavaleiros se consideravam paladinos da honra e da glória de
Maria Santíssima.
São Francisco, que em sua concepção
específica da vida religiosa partia deste ideal e que considerava os seus como
"cavaleiros da Távola Redonda", cultivou com esmero e com intensidade
toda sua o serviço da Virgem Santíssima nos moldes do ideal cavaleiroso,
condicionado pelo seu conceito e pela sua prática da pobreza. Nada mais
comovente e delicado na vida deste Santo, que a forte e ao mesmo tempo meiga e
suave devoção à Mãe de Deus. Derivada do amor de Deus e de Cristo, orientada
pelo Evangelho e vazada nos moldes e costumes do cavaleirismo medieval,
transposto a uma sobrenaturalidade, pureza e força singularíssima, esta piedade
mariana do Santo fundador é parte integrante do que legou à sua Ordem e aí foi
cultivada com esmero.
São Francisco fez dos cavaleiros de
"Madonna Povertá" os paladinos dos privilégios e da honra da Mãe de
Cristo. As fontes da vida e da espiritualidade de São Francisco são unânimes em
narrar quanto a igrejinha da Porciúncula minúscula, pobre e abandonada na
várzea ao pé de Assis, igrejinha de Nossa Senhora dos Anjos - atraía as
atenções de São Francisco e prendia a sua dedicação. Atraiu as suas atenções,
quando estava para cumprir, segundo a interpretação que lhe dava, a ordem de
Cristo de reconstruir a Igreja Santa. O edifício ameaçava ruínas. São Francisco
pôs mãos à obra e em pouco tempo, com pedras e cal de "Madonna
Povertá", restituiu a estrutura da capela: "Vendo-a (a capela) São Francisco
em tão ruinoso estado, e movido por seu indizível e filial afeto da soberana
Rainha do universo, se deteve ali com o propósito de fazer quanto fosse
possível para a sua restauração... Fixou neste lugar a sua morada, movido a
isto pela sua reverência aos santos anjos, e muito mais pelo entranhado amor da
Mãe Bendita de Cristo".
Depois de assinalado por Cristo com
os sinais gloriosos, mas dolorosos da Paixão, São Francisco voltou à
Porciúncula. De lá partia novamente para pregar, mas voltava sempre. Os irmãos,
apreensivos pela sua saúde combalida, obrigaram-no a permitir o levassem aonde
melhor podiam atender ao tratamento reclamado pelo eu estado. Quando, porém, ia
findar o tempo que Deus lhe concedera, e sabia quando findaria, São Francisco
pediu que o levassem novamente à capelinha da Virgem dos Anjos. À sombra da
igrejinha entregou sua alma a Deus no trânsito incomparável que foi o seu.
Maria Santíssima, tão agraciada por Deus, possui encantos mil e à semelhança do
seu Filho Divino é tão rica que um coração humano não pode venerar de uma só
vez todas as prerrogativas de que foi cumulada pela generosidade divina.
Há desta forma a possibilidade das
mais variadas devoções da Virgem, há a possibilidade de cada qual venerá-la e
amá-la sob o aspecto que mais o comove, que mais o inflama.
Nenhum comentário:
Postar um comentário