domingo, 30 de dezembro de 2012


SAGRADA FAMÍLIA

Da alocução de Paulo VI, Papa, em Nazaré, 5.1.1964:

O exemplo de Nazaré:

Nazaré é a escola em que se começa a compreender a vida de Jesus, é a escola em que se inicia o conhecimento do Evangelho. Aqui se aprende a observar, a escutar, a meditar e a penetrar o significado tão profundo e misterioso desta manifestação do Filho de Deus, tão simples, tão humilde e tão bela. Talvez se aprenda também, quase sem dar por isso, a imitá-la.
Aqui se aprende o método e o caminho que nos permitirá compreender facilmente quem é Cristo. Aqui se descobre a importância do ambiente que rodeou a sua vida, durante a sua permanência no meio de nós: os lugares, os tempos, os costumes, a linguagem, as práticas religiosas, tudo o que serviu a Jesus para Se revelar ao mundo. Aqui tudo fala, tudo tem sentido. Aqui, nesta escola, se compreende a necessidade de ter uma disciplina espiritual, se queremos seguir os ensinamentos do Evangelho e ser discípulos de Cristo. Quanto desejaríamos voltar a ser crianças e acudir a esta humilde e sublime escola de Nazaré! Quanto desejaríamos começar de novo, junto de Maria, a adquirir a verdadeira ciência da vida e a superior sabedoria das verdades divinas!
Mas estamos aqui apenas de passagem e temos de renunciar ao desejo de continuar nesta casa o estudo, nunca terminado, do conhecimento do Evangelho. No entanto, não partiremos deste lugar sem termos recolhido, quase furtivamente, algumas breves lições de Nazaré.
Em primeiro lugar, uma lição de silêncio. Oh se renascesse em nós o amor do silêncio, esse admirável e indispensável hábito do espírito, tão necessário para nós, que nos vemos assaltados por tanto ruído, tanto estrépito e tantos clamores, na agitada e tumultuosa vida do nosso tempo. Silêncio de Nazaré, ensina-nos o recolhimento, a interioridade, a disposição para escutar as boas inspirações e as palavras dos verdadeiros mestres. Ensina-nos a necessidade e o valor de uma conveniente formação, do estudo, da meditação, da vida pessoal e interior, da oração que só Deus vê.
Uma lição de vida familiar. Que Nazaré nos ensine o que é a família, a sua comunhão de amor, a sua austera e simples beleza, o seu caráter sagrado e inviolável; aprendamos de Nazaré como é preciosa e insubstituível a educação familiar e como é fundamental e incomparável a sua função no plano social. 
Uma lição de trabalho. Nazaré, a casa do Filho do carpinteiro! Aqui desejaríamos compreender e celebrar a lei, severa mas redentora, do trabalho humano; restabelecer a consciência da sua dignidade, de modo que todos a sentissem; recordar aqui, sob este teto, que o trabalho não pode ser um fim em si mesmo, mas que a sua liberdade e dignidade se fundamentam não só em motivos econômicos, mas também naquelas realidades que o orientam para um fim mais nobre. Daqui, finalmente, queremos saudar os trabalhadores de todo o mundo e mostrar-lhes o seu grande Modelo, o seu Irmão divino, o Profeta de todas as causas justas que lhes dizem respeito, Cristo Nosso Senhor. 

João Paulo II, na Carta dirigida à família, por ocasião do Ano Internacional da Família, 1994, escreve:

A Sagrada Família é a primeira de tantas outras famílias santas. O Concílio recordou que a santidade é a vocação universal dos batizados (LG 40). Como no passado, também na nossa época não faltam testemunhas do "evangelho da família", mesmo que não sejam conhecidas nem proclamadas santas pela Igreja...

A Sagrada Família, imagem modelo de toda a família humana, ajude cada um a caminhar no espírito de Nazaré; ajude cada núcleo familiar a aprofundar a própria missão civil e eclesial, mediante a escuta da Palavra de Deus, a oração e a partilha fraterna da vida! Maria, Mãe do amor formoso, e José, Guarda e Redentor, nos acompanhem a todos com a sua incessante proteção.


Sagrada Família de Nazaré, rogai por nós!
  SAGRADA FAMÍLIA de Nazaré, rogai por nós!
Sagrada Familia de NazareFAMÍLIA: berço do amor!


A Igreja celebra hoje (30/12) a Festa da Sagrada Família.

O tempo é propício para a reflexão de como são as famílias dos dias de hoje.
 
“A família nasce do ‘sim’ responsável e definitivo de um homem e de uma mulher e vive do ‘sim’ consciente dos filhos que pouco a pouco entram a fazer parte dela. Para prosperar a família tem necessidade do consenso generoso de todos os seus membros”.

“Hoje nós vivemos em um contexto de mundo e sociedade totalmente diferente do que vivemos há muitos anos atrás. A família precisou se adaptar ao mundo moderno, ao mundo contemporâneo, mas não perdeu a sua missão”.

A família de Nazaré tornou-se o modelo para as famílias cristãs do mundo.

A bondade de Maria e a justiça de José deveriam ser as virtudes procuradas pelos pais e mães de família.

Em Nazaré, Jesus aprendeu a andar, correr, brincar, comer, rezar, cresceu, estudou, foi aprendiz e auxiliar de seu pai adotivo José, a quem amava muito e por ele era muito amado também.

Cercado de amor e carinho por seus pais JESUS é acolhido na família humana!






O Menino indefeso que dorme na manjedoura é o DEUS feito homem que veio nos salvar e nos libertar!

NATAL: nasceu JESUS o Salvador!
São Francisco e o Natal
São Francisco fez a primeira representação ao vivo do presépio
O primeiro Presépio ao vivo foi feito por São Francisco de Assis na noite de Natal de 1223, num monte junto da aldeia de Greccio, em Itália. O seu amigo João, dono da herdade, emprestou um boi e um jumento; o povo acorreu com archotes; Francisco, diácono, proclamou e explicou o Evangelho. Dizem os Biógrafos que, ao pronunciar o nome de Jesus, o Santo passava a língua pelos lábios como que a saborear mel; ao dizer Belém, a sua voz balia como a de um cordeiro; e quando pegou no Menino ao colo, a imagem de Jesus, em barro, animou-se e sorriu-lhe. 

DEVOÇÃO FRANCISCANA DO NATAL


que nesse dia todos os pobres fossem socorridos
Mais do que nenhuma outra festividade, celebrava com inefável alegria o nascimento do Menino Jesus e chamava festa das festas ao dia em que Deus, feito menino, se amamentava como todos os filhos dos homens. Beijava mentalmente, com esfomeada avidez, as imagens do Menino que o espírito lhe construía, e, d'Ele entranhadamente compadecido, balbuciava palavras de ternura, à maneira das crianças. E o seu nome era para ele como um favo de mel na boca (1).
Um dia, estando os irmãos a discutir se poderiam ou não comer carne, dado que o Natal, esse ano, caía à sexta-feira, respondeu Francisco a frei Morico: «Irmão, é um pecado chamar dia de Vénus (2) ao dia em que nasceu para nós o Menino. Desejaria- acrescentou - que em semelhante dia até as paredes comessem carne, mas, como não é possível, sejam ao menos untadas com gordura».
Queria que nesse dia os ricos dessem comida abundante aos pobres e famintos, e que os bois e jumentos tivessem mais penso que o habitual. «Se eu falasse com o Imperador - dizia -, pedir-lhe-ia que promulgasse um édito geral para que todos os que pudessem fossem obrigados a espalhar trigo e outros cereais pelos caminhos, para que, em tão grande solenidade, as avezinhas, sobretudo as irmãs cotovias, comessem com abundância». Não conseguia reprimir as lágrimas ao pensar na extrema pobreza que padeceu nesse dia a Virgem Senhora pobrezinha (3). Uma vez, estando sentado à mesa a comer, e tendo um irmão recordado a pobreza da bem-aventurada Virgem e de seu Filho, imediatamente se levantou a chorar e a soluçar, e, com o rosto banhado em lágrimas, comeu o resto do pão sobre a terra nua.
Por isso chamava à pobreza virtude real, pois refulge com tanto esplendor no Rei como na Rainha. E como os irmãos lhe tivessem perguntado um dia, em Capítulo, que virtude tornaria alguém mais amigo de Cristo, respondeu como quem confia um segredo do coração: «Sabei, irmãos, que a pobreza é um caminho privilegiado para a salvação. As suas vantagens são inumeráveis, mas muito poucos as conhecem».
Tomás de Celano - Vida Segunda (2 C 199-200)
(1) C 84-86 e 1 1 S. Cf. Prov 16, 24.
(2) Veneris dies (venerdì, em italiano), dia consagrado a Vénus. Tal é, com efeito, o nome do quinto dia da semana segundo a etimologia pagã, em uso na maioria dos países ocidentais. Morico deveria empregar o termo eclesiástico ou litúrgico de feria Sexta (Sexta-feira).
(3) Literalmente: a querida Virgem pobrezinha. Para o Poverello, Nossa Senhora era a Poverella,o que dá à sua devoção um colorido bem original.

sábado, 22 de dezembro de 2012


A Coroa do Advento

Origem:
 
A Coroa de Advento tem a sua origem em uma tradição pagã européia. No inverno, se acendiam algumas velas que representavam ao "fogo do deus sol" com a esperança de que a sua luz e o seu calor voltasse. Os primeiros missionários aproveitaram esta tradição para evangelizar as pessoas. Partiam de seus próprios costumes para empenhar-lhes a . Assim, a coroa está formada por uma grande quantidade de símbolos:

A forma circular:

O círculo não tem princípio, nem fim. É sinal do amor de Deus que é eterno, sem princípio e nem fim, e também do nosso amor a Deus e ao próximo que nunca se deve terminar. Além disso, o círculo dá uma idéia de "elo", de união entre Deus e as pessoas, como uma grande "Aliança".

As ramas verdes:

Verde é a cor da esperança e da vida. Deus quer que esperemos a sua graça, o seu perdão misericordioso e a glória da vida eterna no final de nossa vida. Bênçãos que nos foram derramadas pelo Senhor Jesus, em sua primeira vinda entre nós, e que agora, com esperança renovada, aguardamos a sua consumação, na sua segunda e definitiva volta.

As quatro velas:

As quatro velas da coroa simbolizam, cada uma delas, uma das quatro semanas do Advento. No inicio, vemos nossa coroa sem luz e sem brilho. Recorda-nos a experiência de escuridão do pecado. A medida que se vai aproximando o natal, vamos ao passo das semanas do Advento, acendendo uma a uma as quatro velas representando assim a chegada, em meio de nós, do Senhor Jesus, luz do mundo, quem dissipa toda escuridão, trazendo aos nossos corações a reconciliação tão esperada. A vela vermelha significa a fé que o Menino Jesus traz ao mundo. A branca simboliza a paz. Já as velas roxa e verde representam, respectivamente a alegria pelo nascimento de Jesus e a esperança trazida por Ele. Nos domingos de Advento, é de costume que as famílias e as comunidades católicas se reúnam em torno à coroa para rezar. A liturgia de coroa, como é conhecida esta oração em torno a coroa, se realiza de um modo muito simples. Todos se colocam em volta da coroa; se acende a vela que corresponde a semana em questão, acompanhando, se possível, com um canto. Logo se lê uma passagem da Bíblia, própria do tempo do Advento e se fazem algumas meditações.
Fonte: Canção Nova.
 

Peregrinação das Relíquias de Santa Rosa de Viterbo

A partir de hoje, começa a Peregrinação das Relíquias de Santa Rosa de Viterbo (por regional), em rumo ao Congresso Nacional da Juventude Franciscana do Brasil, que acontecerá nos dias 08 a 12 de fevereiro de 2013, em Santa Maria/RS. Teremos como tema: JUFRA tua missão é servir e lema: "Eis-me aqui, envia-me" (Is 6,8), a iluminação bíblica foi retirado do Evangelho de São Mateus, capítulo 28, versículos do 16 ao 20. Que com essa peregrinação, possamos aprender mais sobre a vida da nossa padroeira, bem como, elevar as nossas preces ao Altíssimo Senhor, pelo bom êxito do CONJUFRA! 

Bem-aventurado Federico Ozanam

Professor, da Terceira Ordem Secular (1813-1853). Fundador das Conferências de São Vicente. Beatificado por João Paulo II.
Antonio Federico Ozanam nasceu em Milão a 23 de abril de 1813 de família descendente de um antigo tronco israelita da Bresse Lione. Em 1816 a família voltou a Lião e Federico foi aluno no colégio real onde fez seus estudos humanísticos desde 1822 até 1829. Com apenas 15 anos sua juventude foi abalada por uma profunda crise de fé, mas teve a graça de ter ao seu lado o abade Noirot, seu professor de filosofia, que mais que nenhum outro lhe ajudou a superá-la.
Com efeito, a vida de Ozanam está marcada pelo pronto benefício deste sacerdote que soube fazer intuir ao jovem sua vocação de apologista e apóstolo. Em 1831, enviado por seu pai a Paria para realizar estudos jurídicos, Federico foi hóspede por dois anos do cientista André Marie Ampère, e pôde freqüentar aquele verdadeiro viveiro de jovens esperanças que Emanuel Bailly soube reunir ao redor de um dos protagonistas da fundação da Pia Sociedade das Conferências de São Vicente de Paula (23 de abril de 1839).
A 30 de agosto de 1836 pôde coroar seus trabalhos convertendo-se em doutor das leis e a 07 de janeiro de 1839 chegou a se doutorar em letras. De 1839 a 1840 esteve em Lião como professor de direito comercial e acariciou um vago desejo da vida religiosa; ao não poder realizá-lo, fez-se fervoroso na Ordem Franciscana Secular e se inspirou na espiritualidade franciscana. Em 1841 casou com Amália Soulacroix, filha do reitor da universidade de Lião, da qual teve em 1845 uma filha chamada Maria.
A ambas amou ternamente na mais suave felicidade familiar. Tendo-se estabelecido definitivamente em Paris, foi titular da cátedra em Sorbone, onde travou amizade com eminentes personalidades do mundo literário e católico. O ensino universitário o obrigou a fazer contínuas viagens de estudos por toda a Europa, especialmente na Itália.
A vida de Ozanam pertence em especial à história da Igreja e seu nome está ligado à sociedade de São Vicente de Paula. O método por ele adotado era o da visita a domicílio aos pobres, aos quais junto com uma boa palavra de consolo e de fé, sabia levar-lhes o socorro de sua caridade.
A Sociedade de São Vicente de Paula teve graças a ele um desenvolvimento extraordinário desde o começo: um ano depois de sua fundação os confrades eram uma centena, dez anos mais tarde, em 1853 o mesmo Ozanam podia dizer: “De oito que éramos a princípio, hoje apenas em Paris somos 2000 e visitamos 5000 famílias”. Hoje as conferências de São Vicente superam os 1.250.000 membros.
Em 08 de setembro de 1853, amorosamente assistido por sua esposa, sua filha, seu irmão sacerdote, seu irmão médico e seus confrades vicentinos de Marsella morreu aos 40 anos.
Fonte: “Santos Franciscanos para cada dia”, Ed. Porziuncola.

Serva de Deus Teresa Gardi

Virgem da Terceira Ordem (1769-1837). Em processo de beatificação.

Nasceu em Imola (Bolonha) a 22 de outubro de 1769 e ali mesmo morreu a 01 de janeiro de 1837. Pio IX quando era bispo de Imola determinou que fosse sepultada na igreja da Observância, onde se encontra atualmente, na coluna esquerda olhando para o altar maior. Ingressou na Ordem Franciscana Secular a 13 de outubro de 1801.
É uma das mais doces criaturas da Romaña de todos os tempos. Pode ser considerada uma segunda Santa Teresinha. Se as pessoas que tem recebido seus favores soubessem deixar uma precisa documentação dos favores recebidos.
Desde seu nascimento foi uma criança distinta, celestial, devotíssima da Igreja, da Eucaristia, cheia de fé e fervor místico. Sempre transportada em Deus, tanto desejava morrer logo para chegar a Ele. Cultivou a pureza “como um verdadeiro anjo na carne”, escreveu seu confessor. Quis que o sofrimento fosse seu alimento diário. Levantava-se muito cedo, comia pouco pão, bebia pouca água, praticamente vivia apenas da Santa Comunhão.
Considerou-se sempre uma nada, menos que nada, sentido e adorando apenas o poder de Deus. Foi heroína na fé e na esperança. Amou a todos, particularmente a seus pequenos escolares que tinha como mestra de jardim das crianças em sua casa, educando-os com veemente amor ao divino. Sofreu mortificações e calúnias. Levou a paz às casas divididas pela discórdia. Atraiu os pecadores à conversão, pagando pessoalmente com padecimento inenarráveis. Distinguiu-se excepcionalmente pela prudência no governo de sua casa, por sua justiça para com o próximo, para consigo mesma e para com seus deveres, como mestra das crianças. Sofreu ofensas graves de seu irmão, que pretendia ser mantido por ela.
Sua humildade superou todo o imaginável, como também sua força para suportar as tribulações e enfermidades. Mas, sobretudo contra as tentações do inimigo que nunca venceu sobre ela. Suas amigas mais próximas a viram em êxtases repentinamente. Sua vida espiritual foi intensa e rica em contatos pessoais com o divino. Teve os estigmas invisíveis, e uma ampla ferida visível ao lado que permaneceu ainda depois de sua morte. Recebeu grandes dons do céu. Também hoje sabemos de muitas intervenções suas para converter, sarar e unir as famílias.
Há 150 anos seguem acudindo à Observância de Imola pessoas de perto e de longe para orar sob seu túmulo. Indubitavelmente desde o ponto de vista de sua estatura espiritual ela é a maior filha da cidade de Imola de todos os tempos. Seu processo de beatificação foi retomado a raiz dos últimos testemunhos escritos por graças alcançadas

Silêncio e contemplação em Clara de Assis

Na esteira da comemoração dos oitocentos anos do carisma clariano, continuamos a refletir sobre a figura ímpar desta notável fundadora de um estilo original de vida evangélica e contemplativa na Igreja.  Apoiados no texto da Irmã Angela Emmanuela  Scandella, OSC,  Chiara ‘Alta donna di contemplazione’, Sette parole per il nostro ‘oggi’, in  Italia Francescana 2012/1, p. 17ss,  vamos refletir sobre o silêncio e a contemplação. Limitar-nos-emos a citar os elementos evidenciados pela autora.

Silêncio

Pensar em Clara é pensar numa  mulher envolvida pelo silêncio, não um silêncio ritual e forçado, mas buscado, cultivado, alimentado. Pode-se dizer que ela foi “habitada pelo silêncio”. Não podemos deixar de pensar, é claro, no silêncio exterior amplamente documentado pelas Fontes,mas, sobretudo, pensamos naquele silêncio interior, feito de solidão e de escuta, tecido do harmonioso equilíbrio entre o silêncio e a palavra. Bento XVI em sua Mensagem para a Jornada  Mundial da Comunicação  Social  (2012), recordando uma homilia sua de 2006, dizia: “Na loquacidade de nosso tempo, na inflação das palavras, urge tornar presente a Palavra, a Palavra que vem de Deus, a Palavra que é Deus”.  Isto só é possível com uma purificação de nosso pensar. Será urgente um trabalho de burilar  nossas palavras.  Necessitamos de um silêncio que se torne contemplação. Ora, a vida de silêncio das Irmãs Pobres de São Damião tinha, e tem, essa finalidade: permitir que o Deus-Palavra possa dirigir-se  ao fundo do coração dos que o ouvem. Não se trata, como foi dito, de um mero silêncio exterior, mas desta organização existencial de tal sorte que as antenas mais profundas da pessoa não estejam ligadas  a coisas, por vezes, tão desnecessárias, tão “desarrumadoras” da paz interior.  O silêncio exterior ajuda à amada do Amado a não se “distrair”. Respirando em casa um clima de recolhimento exterior, o coração começa a viver harmonia que é terra mais propícia para a contemplação.
Michel  Hubaut, refletindo sobre o tema do silêncio interior, lembra que quem quer fazer silêncio para ouvir a Deus  e unificar sua existência, aprende a descer até o  deserto interior de seu coração, onde o Espírito marca encontro. Aos poucos, o ouvinte do silêncio vai se dessolidarizando do que é fugaz e sem valor verdadeiro. Não despreza nada, mas tudo relativiza. Os santos  “profundamente presentes  à vida de seus contemporâneos são cidadãos de uma pátria invisível, mais real, no entanto, que qualquer realidade  humana. A experiência nos leva a  dizer que somente a graça de Deus  pode fazer da solidão um espaço desilêncio interior que abre a fechadura  da vida íntima do homem onde o Espírito murmura e Deus fala”.

Contemplação

Mais uma palavra de Clara para os tempos de ontem e de hoje: vida contemplativa como vigília, uma longa vigília que dura a vida inteira, esperando aquele que está para vir, esse alguém que feito de desejo, deixando ressoar em nós o desejo por ele como eco de seu desejo por nós.
Entrelaçam-se aqui os temas da vigília, do desejo que desemboca num estado de vida contemplativo. As Fontes  fazem alusão às vigílias noturnas de Clara, longas vigílias, longas e solitárias “vigilante e incansável”  segundo a Legenda (n. 19), para recolher o veio do sussurro  furtivo (cf  Jó 4, 12) que  Gregório Magno interpreta como o falar do Espírito. “É a experiência da presença e da ação  do Espírito que, em nós, nada mais faz do que repetir, desde o dia de nosso Batismo, aquele Verbum absconditum, para mencionar ainda aquele versículo de Jó,  Verbum que é Jesus Cristo”. Silêncio, Verbum e contemplação.  A Legenda continua: Clara “parecia sempre ter o seu Jesus entre as mãos”, porque o  Senhor é Espírito, recorda São Paulo (2Cor 3,17).  Trata-se do tema dos esponsórios que Francisco aborda  na Carta aos Fieis (1, 5-8).  A experiência espiritual de Clara é uma viva exegese de Francisco. Deus em nós pela presença e ação do Espírito.  Não se trata de uma atualíssima palavra  para nós que vivemos derramados nas coisas  como que vivendo exilados de Deus? Irmã Angela escreve:  “Nossos mosteiros, com sua pobreza  e  fragilidade, continuam sendo aquelas casas  (domus), mesmo deterioradas, mas consagradas à interioridade. Lugares em que restaurando o coração se restaura, tenaz e  humildemente, a Igreja, a Domus Dei em ruína”. Bento XVI, em visita às clarissas  por ocasião de sua visita a Assis, em 17 de junho de 2007, dizia: “Vós nos precedeis no caminho da conversão”. Quando a conversão é verdadeira, não faz barulho. Muitas vezes faz sorrir que  certamente é mais proveitoso do que ficar choramingando pelas contrariedades de cada dia. A ação do Espírito do Senhor purifica, ilumina, transforma  e aponta os  passos a serem seguidos para que seja bem percorrido o caminho da conversão.  Aqui ainda uma palavra atual e para o hoje: uma vida que se enfrenta o risco de  expor-se a Deus numa cultura que não quer correr  risco.
Frei Almir Ribeiro Guimarães
22/12/12


Oração do Dia 
Deus de misericórdia, vendo o ser humano entregue à morte, quisestes salva-lo pela vinda do vosso Filho; fazei que, ao proclamar humildemente o mistério da encarnação, entremos em comunhão com o Redentor. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. 
EVANGELHO do dia 22/12/12
Lucas 1, 46-56
Evangelho de Jesus Cristo, segundo Lucas
Naquele tempo, 46Maria disse: “A minha alma engrandece o Senhor, 47e o meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador, 48porque olhou para a humildade de sua serva. Doravante todas as gerações me chamarão bem-aventurada, 49porque o Todo-poderoso fez grandes coisas em meu favor. O seu nome é santo, 50e sua misericórdia se estende, de geração em geração, a todos os que o temem.
51Ele mostrou a força de seu braço: dispersou os soberbos de coração.52Derrubou do trono os poderosos e elevou os humildes. 53Encheu de bens os famintos, e despediu os ricos de mãos vazias. 54Socorreu Israel, seu servo, lembrando-se de sua misericórdia, 55conforme prometera aos nossos pais, em favor de Abraão e de sua descendência, para sempre”.56Maria ficou três meses com Isabel; depois voltou para casa. 

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012


"VEM SENHOR, VEM NOS SALVAR COM TEU POVO VEM CAMINHAR!"

Oração do Dia

Ó Deus, que revelastes ao mundo o esplendor de vossa glória pelo parto virginal de Maria, dai-nos venerar com fé pura e celebrar sempre com amor sincero o mistério tão profundo da encarnação. Por vosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito. 

EVANGELHO
Lc 1,5-25

Evangelho de Jesus Cristo, segundo Lucas 
5Nos dias de Herodes, rei da Judeia, vivia um sacerdote chamado Zacarias, do grupo de Abia. Sua esposa era descendente de Aarão e chamava-se Isabel. 6Ambos eram justos diante de Deus e obedeciam fielmente a todos os mandamentos e ordens do Senhor. 7Não tinham filhos, porque Isabel era estéril, e os dois já eram de idade avançada.
8Em certa ocasião, Zacarias estava exercendo as funções sacerdotais no Templo, pois era a vez do seu grupo. 9Conforme o costume dos sacerdotes, ele foi sorteado para entrar no Santuário, e fazer a oferta do incenso. 10Toda a assembleia do povo estava do lado de fora rezando, enquanto o incenso estava sendo oferecido.
11Então apareceu-lhe o anjo do Senhor, de pé, à direita do altar do incenso.12Ao vê-lo, Zacarias ficou perturbado e o temor apoderou-se dele. 13Mas o anjo disse: “Não tenhas medo, Zacarias, porque Deus ouviu tua súplica. Tua esposa, Isabel, vai ter um filho, e tu lhe darás o nome de João. 14Tu ficarás alegre e feliz, e muita gente se alegrará com o nascimento do menino, 15porque ele vai ser grande diante do Senhor. Não beberá vinho nem bebida fermentada e, desde o ventre materno, ficará repleto do Espírito Santo. 16Ele reconduzirá muitos do povo de Israel ao Senhor seu Deus. 17E há de caminhar à frente deles, com o espírito e o poder de Elias, a fim de converter os corações dos pais aos filhos, e os rebeldes à sabedoria dos justos, preparando para o Senhor um povo bem disposto”.
18Então Zacarias perguntou ao anjo: “Como terei certeza disto? Sou velho e minha mulher é de idade avançada”. 19O anjo respondeu-lhe: “Eu sou Gabriel. Estou sempre na presença de Deus, e fui enviado para dar-te esta boa notícia. 20Eis que ficarás mudo e não poderás falar, até o dia em que essas coisas acontecerem, porque não acreditaste nas minhas palavras, que se hão de cumprir no tempo certo”.
21O povo estava esperando Zacarias, e admirava-se com a demora no Santuário. 22Quando saiu, não podia falar-lhes. E compreenderam que ele tinha tido uma visão no Santuário. Zacarias falava por sinais e continuava mudo.
23Depois que terminou seus dias de serviço no Santuário, Zacarias voltou para casa. 24Algum tempo depois, sua esposa Isabel ficou grávida, e escondeu-se durante cinco meses. 25Ela dizia: “Eis o que o Senhor fez por mim, nos dias em que ele se dignou tirar-me da humilhação pública!” 


NOVO GOVERNO PROVINCIAL DOS FRADES MENORES CAPUCHINHOS - Província de Nossa Senhora da Penha do Nordeste do Brasil.
Foram eleitos hoje, 19 de dezembro de 2012, para o triênio 2012/2015:

Fr. Francisco Barreto - Ministro Provincial
Fr. Franklin Diniz - Vigário Provincial
Fr. Jociel Gomes - 2º Definidor
Fr. José Soares - 3º Definidor
Fr. Reginaldo Mendonça - 4º Definidor
Novo Governo da Província Nossa Senhora da Penha do NE do Brasil
Fr. Francisco Barreto - Ministro Provincial
Fr. Franklin Diniz - Vigário Provincial
Fr. Jociel Gomes - 2º Definidor
Fr. José Soares - 3º Definidor
Fr. Reginaldo Mendonça - 4º Definidor

domingo, 16 de dezembro de 2012


TEMPO DO ADVENTO
Latim ad-venio, chegar.
Conforme o uso atual [1910], o Advento é um tempo litúrgico que começa no Domingo mais próximo à festa de Santo André Apóstolo (30 de Novembro) e abarca quatro Domingos. 
advento
Com o Advento começa o ano eclesiástico nas Igrejas ocidentais. Durante este tempo, os fiéis são exortados a se prepararam dignamente para celebrar o aniversário da vinda do Senhor ao mundo como a encarnação do Deus de amor, de maneira que suas almas sejam moradas adequadas ao Redentor que vem através da Sagrada Comunhão e da graça, e em conseqüência estejam preparadas para sua vinda final como juiz, na morte e no fim do mundo.

Simbolismo

A Igreja prepara a Liturgia neste tempo para alcançar este fim. Na oração oficial, o Breviário, no Invitatório das Matinas, chama a seus ministros a adorar "ao Rei que vem, ao Senhor que se aproxima", "ao Senhor que está próximo", "ao que amanhã contemplareis sua glória". Como Primeira Leitura do Ofício de Leitura introduz capítulos do profeta Isaías, que falam em termos depreciativos da gratidão da casa de Israel, o filho escolhido que abandonou e esqueceu seu Pai; que anunciam o Varão de Dores ferido pelos pecados de seu povo; que descrevem fielmente a paixão e morte do Redentor que vem e sua glória final; que anunciam a congregação dos Gentis em torno ao Monte Santo. As Segundas Leituras do Ofício de Leitura em três Domingos são tomadas da oitava homilia do Papa São Leão (440-461) sobre o jejum e a esmola, como preparação para a vinda do Senhor, e em um dos Domingos (o segundo) do comentário de São Jerônimo sobre Isaías 11,1, cujo texto ele interpreta referido a Santa Maria Virgem como "a renovação do tronco de Jessé". Nos hinos do tempo encontramos louvores à vinda de Cristo como Redentor, o Criador do universo, combinados com súplicas ao juiz do mundo que vem para proteger-nos do inimigo. Similares idéias são expressadas nos últimos sete dias anteriores à Vigília de Natal nas antífonas do Magnificat. Nelas, a Igreja pede à Sabedoria Divina que nos mostre o caminho da salvação; à Chave de Davi que nos livre do cativeiro; ao Sol que nasce do alto que venha a iluminar nossas trevas e sombras de morte etc. Nas Missas é mostrada a intenção da Igreja na escolha das Epístolas e Evangelhos. Nas Epístolas é exortado ao fiel que, dada a proximidade do Redentor, deixe as atividades das trevas e se vista com as armas da luz; que se conduza como em pleno dia, com dignidade, e vestido do Senhor Jesus Cristo; mostra como as nações são chamadas a louvar o nome do Senhor; convida a estar alegres na proximidade do Senhor, de maneira que a paz de Deus, que ultrapassa todo juízo, custodie os corações e pensamentos em Cristo Jesus; exorte a não julgar, a deixar que venha o Senhor, que manifestará os segredos escondidos nos corações. Nos Evangelhos, a Igreja fala do Senhor, que vem em sua glória; dAquele no qual e através do qual as profecias são cumpridas; do Guia Eterno em meio aos Judeus; da voz no deserto, "Preparai o caminho do Senhor". A Igreja em sua Liturgia nos devolve no espírito ao tempo anterior à encarnação do Filho de Deus, como se ainda não tivesse ocorrido. O Cardeal Wiseman disse:
Estamos não somente exortados a tirar proveito do bendito acontecimento, como também a suspirar diariamente como nossos antigos pais, "Gotejai, ó céus, lá do alto, derramem as nuvens a justiça, abra-se a terra e brote a salvação". As Coletas nos três dos quatro Domingos deste tempo começam com as palavras, "Senhor, mostra teu poder e vem" - como se o temor a nossas iniqüidades previsse seu nascimento.

Duração e Ritual

Todos os dias de Advento devem ser celebrados no Ofício e Missa do Domingo ou Festa correspondente, ou ao menos deve ser feita uma Comemoração dos mesmos, independentemente do grau da festa celebrada. No Ofício Divino o Te Deum, jubiloso hino de louvor e ação de graças, se omite; na Missa o Glória in excelsis não se diz. O Alleluia, entretanto, se mantém. Durante este tempo não pode ser feita a solenização do matrimonio (Missa e Bênção Nupcial); incluindo na proibição a festa da Epifania. O celebrante e os ministros consagrados usam vestes violeta. O diácono e subdiácono na Missa, no lugar das túnicas usadas normalmente, levam casulas com pregas. O subdiácono a tira durante a leitura da Epístola, e o diácono a muda por outra, ou por uma estola mais larga, posta sobre o ombro esquerdo entre o canto do Evangelho e a Comunhão. Faz-se uma exceção no terceiro Domingo (Domingo Gaudete), no qual as vestes podem ser rosa, ou de um violeta enriquecido; os ministros consagrados podem neste Domingo vestir túnicas, que também podem ser usadas na Vigília do Natal, ainda que fosse no quarto Domingo de Advento. O Papa Inocêncio III (1198-1216) estabeleceu o negro como a cor a ser usada durante o Advento, mas o violeta já estava em uso ao final do século treze. Binterim diz que havia também uma lei pela qual as pinturas deviam ser cobertas durante o Advento. As flores e as relíquias de Santos não deviam ser colocadas sobre os altares durante o Ofício e as Missas deste tempo, exceto no terceiro Domingo; e a mesma proibição e exceção existia relacionada com o uso do órgão. A idéia popular de que as quatro semanas de Advento simbolizam os quatro mil anos de trevas nas quais o mundo estava envolvido antes da vinda de Cristo não encontra confirmação na Liturgia.

Origem Histórica

Não pode ser determinada com exatidão quando foi pela primeira vez introduzida na Igreja a celebração do Advento. A preparação para a festa de Natal não deve ser anterior à existência da própria festa, e desta não encontramos evidência antes do final do século quarto quando, de acordo com Duchesne [Christian Worship (London, 1904), 260], era celebrada em toda a Igreja, por alguns no dia 25 de Dezembro, por outros em 6 de Janeiro. De tal preparação lemos nas Atas de um sínodo de Zaragoza em 380, cujo quarto cânon prescreve que desde dezessete de Dezembro até a festa da Epifania ninguém devesse permitir a ausência da igreja. Temos duas homilias de São Máximo, Bispo de Turim (415-466), intituladas "In Adventu Domini", mas não fazem referência a nenhum tempo especial. O título pode ser a adição de um copista. Existem algumas homilias, provavelmente a maior parte de São Cesáreo, Bispo de Arles (502-542), nas quais encontramos menção de uma preparação antes do Natal; todavia, a julgar pelo contexto, não parece que exista nenhuma lei geral sobre a matéria. Um sínodo desenvolvido (581) em Macon, na Gália, em seu nono cânon, ordena que desde o dia onze de Novembro até o Natal o Sacrifício seja oferecido de acordo ao rito Quaresmal nas Segundas, Quartas e Sextas-feiras da semana. O Sacramentário Gelasiano anota cinco domingos para o tempo; estes cinco eram reduzidos a quatro pelo Papa São Gregório VII (1073-85). A coleção de homilias de São Gregório o Grande (590-604) começa com um sermão para o segundo Domingo de Advento. No ano 650, o Advento era celebrado na Espanha com cinco Domingos. Vários sínodos fizeram cânones sobre os jejuns a observar durante este tempo, alguns começavam no dia onze de Novembro, outros no quinze, e outros com o equinócio de outono. Outros sínodos proibiam a celebração do matrimônio. Na Igreja Grega não encontramos documentos sobre a observância do Advento até o século oitavo. São Teodoro o Estudita (m. 826), que falou das festas e jejuns celebrados comumente pelos Gregos, não faz menção deste tempo. No século oitavo encontramos que, desde o dia 15 de Novembro até o Natal, é observado não como uma celebração litúrgica, mas como um tempo de jejum e abstinência que, de acordo com Goar, foi posteriormente reduzido a sete dias. Mas um concílio dos Rutenianos (1720) ordenava o jejum de acordo com a velha regra desde o quinze de Novembro. Esta é a regra ao menos para alguns dos Gregos. De maneira similar, os ritos Ambrosiano e Moçárabe não têm liturgia especial para o Advento, mas somente o jejum.
Fonte: ACI Digital

Teologia do Advento

FORMAÇÃO LITÚRGICA
 Advento marca o início do novo ano litúrgico na Igreja. Deste modo passamos do ciclo ‘C’ para o ciclo ‘A’. Na história da formação do Ano Litúrgico este período foi o último a ser formado.

Pelo final do século IV é que se tem notícias deste tempo, ora caracterizado pelo sentido escatológico, ora como período de preparação ao Natal. O Concílio Vaticano II fez intencionalmente uma síntese destas duas realidades em sua reforma litúrgica.

Duas partes formam o Advento:
A primeira inicia-se com as vésperas do I domingo estendendo-se até o dia 16 de dezembro. É o memorial “da volta gloriosa de Cristo como juiz no fim dos tempos” ; a segunda parte compreende os dias entre 17 e 24 de dezembro e estes estão orientados à preparação do Natal do Senhor.

Na liturgia eucarística o Advento é qualificado ao máximo nas orações eucológicas (oração da coleta, sobre as oferendas e após a Comunhão), nos prefácios e na liturgia das horas, na qual vem expressa sinteticamente nos hinos e Salmos.

Teologia do Advento
O conteúdo teológico do Advento é riquíssimo, leva em conta o mistério da vinda do Senhor na Encarnação e na sua Parusia (do grego, que significa a segunda vinda gloriosa de Nosso Senhor). Abrange o início e o fim da vinda de Cristo em nosso meio.

No primeiro Advento, o de Sua Encarnação, o Verbo habitou no meio de nós (Jo 1, 14), fazendo-se igual ao homem em tudo, com exceção do pecado (Hb 4,15). No segundo Advento o Senhor virá em toda a sua glória, e “todo homem verá a salvação de Deus” (Lc 3,6).

São Bernardo de Claraval situa, entre o primeiro e o segundo, um terceiro Advento ou medius adventus. Este se trata de uma volta iminente de Cristo; ela é espiritual, contínua e manifesta o poder de sua graça. Thomas Merton, comentador do santo abade de Claraval, explicita que esta vinda intermediária é um período de tensão entre o medo e a alegria, no entanto é uma luta salutar. Podemos também compará-lo ao combate entre o novo e o velho em nós, como descreve o Escrito Obra Nova da Comunidade Católica Shalom .

Além de ser um tempo forte de preparação para a vinda do Senhor, escatológica e na encarnação, o Advento aponta para a missionaridade da Igreja que é chamada, a todo tempo, a anunciar a vinda do Reino de Deus, que nas palavras do Papa Bento XVI em seu livro Jesus de Nazaré , retomando a compreensão de Orígenes, é o próprio Cristo o Reino de Deus.

Celebramos no Advento o “já” e o “ainda não” da Salvação. Contemplamos o Cristo que já se fez carne no meio de nós e o esperamo-lo em sua segunda vinda gloriosa e definitiva. Por isso a vivência destas semanas deve ser marcada por uma jubilosa expectativa, vigilância pela oração, esperança e conversão
.

Oração do dia

Ó Deus, criador e redentor do gênero humano, quisestes que o vosso Verbo se encarnasse no seio da Virgem. Sede favorável à nossa súplica, para que o vosso Filho unigênito, tendo recebido nossa humanidade, nos faça participar da sua vida divina. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

Evangelho (Mateus 1,1-17)


Segunda-Feira, 17 de Dezembro de 2012

17 de Dezembro


O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Mateus.
— Glória a vós, Senhor.

1Livro da origem de Jesus Cristo, filho de Davi, filho de Abraão. 2Abraão gerou Isaac; Isaac gerou Jacó; Jacó gerou Judá e seus irmãos. 3Judá gerou Farés e Zara, cuja mãe era Tamar. Farés gerou Esrom; Esrom gerou Aram; 4Aram gerou Aminadab; Aminadab gerou Naasson; Naasson gerou Salmon; 5Salmon gerou Booz, cuja mãe era Raab. Booz gerou Obed, cuja mãe era Rute. Obed gerou Jessé. 6Jessé gerou o rei Davi.
Davi gerou Salomão, daquela que tinha sido mulher de Urias. 7Salomão gerou Roboão; Roboão gerou Abias; Abias gerou Asa; 8Asa gerou Josafá; Josafá gerou Jorão. Jorão gerou Ozias; 9Ozias gerou Jotão; Jotão gerou Acaz; Acaz gerou Ezequias; 10Ezequias gerou Manassés; Manassés gerou Amon; Amon gerou Josias. 11Josias gerou Jeconias e seus irmãos, no tempo do exílio na Babilônia.
12Depois do exílio na Babilônia, Jeconias gerou Salatiel; Salatiel gerou Zorobabel;13Zorobabel gerou Abiud; Abiud gerou Eliaquim; Eliaquim gerou Azor; 14Azor gerou Sadoc; Sadoc gerou Aquim; Aquim gerou Eliud; 15Eliud gerou Eleazar; Eleazar gerou Matã; Matã gerou Jacó. 16Jacó gerou José, o esposo de Maria, da qual nasceu Jesus, que é chamado o Cristo. 17Assim, as gerações desde Abraão até Davi são catorze; de Davi até o exílio na Babilônia catorze; e do exílio na Babilônia até Cristo, catorze.

- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.

Liturgia comentada

Maria, de quem nasceu Jesus... (Mt 1,1-17)
 É natural que muita gente fique entediada diante da longa lista de nomes estranhos, quase ridículos, geração após geração, desde o patriarca Abraão até o justo José, esposo de Maria. Mas não foi por acaso que o evangelista Mateus abriu desta forma o seu livro inspirado. Nem é por acaso que a liturgia do Advento – já tão próximo o Natal! – traz a mesma passagem para nossa reflexão.
 Há um objetivo claro na escolha deste Evangelho: mostrar de modo cabal que a “encarnação do Verbo” não é história da carochinha, mas um evento cravado firmemente na história dos homens. A mesma humanidade frágil e inconstante com quem o Senhor paciente tentara, em vão, seguidas alianças.
 Com Noé, após o dilúvio, Deus experimenta aliar-se a toda a humanidade sobrevivente. Quando a noiva se mostra infiel, Deus renova sua aliança com Abraão, separando um povo de todo gênero humano, seu povo de predileção. Insistindo o povo em suas idolatrias, Yahweh separa uma tribo entre as doze, a tribo de Davi, a quem prometeu construir uma “casa”, isto é, dar-lhe uma linhagem ou descendência. Dela nasceria o Salvador, o Ungido de Deus.
 A leitura - ainda que monótona – de tantas gerações vem comprovar que Deus cumpriu suas promessas. Deus é fiel. É com José (da tribo de Davi, do povo de Abraão, da raça de Noé!) que se casa a Virgem Maria. Pai putativo de Jesus, resumindo em sua pessoa as três alianças, José permite que o Salvador seja enxertado no gênero humano, agindo por nós a sua justiça. Deus, agora, é da nossa raça.
 E que raça! A raça de Jacó, o trapaceiro. A raça de Raab, a prostituta. A raça de Rute, a estrangeira, a que não era povo. A raça de Davi e Betsabé, os adúlteros. A raça de Acaz, o idólatra. Uma raça de pecadores. Uma raça decaída. E assim fica bem claro que o Filho de Deus se faz solidário conosco, assumindo sobre si os nossos pecados. Humanizando-se, ele nos regenera e santifica, inaugurando para nós uma vida de plena comunhão com Deus.
 Hoje, nós somos o novo Israel. Cada um de nós é chamado a encarnar nesta camada do tempo a mesma Aliança realizada em Cristo. O Natal que se aproxima atrai nosso olhar para o presépio. Ali – Deus e homem – Jesus revela que o Pai nos ama. Somos filhos. Renascemos para o amor...

Orai sem cessar: “O Senhor se lembra eternamente de sua aliança,
da palavra que empenhou a mil gerações!” (Sl 105,8)
Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.

ICHTUS Logotipo

O QUE É ICHTUS?

ICHTUS, vem do grego "ixtus", que significa peixe. Era o símbolo dos cristãos primitivos perseguidos pelo poder romano. As letras eram as iniciais das palavras Iesous Christos Theou Yios Soter (Jesus Cristo, Filho de Deus, o Salvador).




"SENHOR, vem salvar teu povo das trevas, da escravidão.
VEM, SENHOR, VEM NOS SALVAR, COM TEU POVO VEM CAMINHAR!"

Festa de Nossa Senhora do Bom Parto - nossa querida Padroeira

sábado, 15 de dezembro de 2012


Liturgia da Palavra - 16/12/2012
3º Domingo do Advento
"Está no meio de ti o valente guerreiro que te salva!"


Aproximemo-nos alegres da presença do Senhor que vem para nos salvar. É o Senhor que caminha junto a seu povo, animando e fortalecendo-o diante das dificuldades e incertezas da vida. Nossa alegria se completa na presença de Jesus Cristo, que realiza o plano de salvação do Pai. Alegres e esperançosos, caminhemos na força de nosso Deus que vem.


Liturgia da Palavra - Deus nos fala
Aproximemo-nos do Senhor que vem ao nosso encontro e nos concede a paz em Cristo. É Jesus, a Boa Notícia de amor do Pai, que vem para cumprir um projeto de vida e de salvação para toda a humanidade. É o cumprimento da promessa, é o tempo do Senhor.


1ª Leitura - Sf 3,14-18a
Leitura da Profecia de Sofonias:
Canta de alegria, cidade de Sião; rejubila, povo de Israel! Alegra-te e exulta de todo o coração, cidade de Jerusalém!
O Senhor revogou a sentença contra ti, afastou teus inimigos; o rei de Israel é o Senhor, ele está no meio de ti, nunca mais temerás o mal.
Naquele dia, se dirá a Jerusalém: "Não temas, Sião, não te deixes levar pelo desânimo! O Senhor, teu Deus, está no meio de ti, o valente guerreiro que te salva; ele exultará de alegria por ti, movido por amor; exultará por ti, entre louvores, como nos dias de festa".
- Palavra do Senhor.
- Graças a Deus!


Salmo Responsorial - Is 12,2-6
Exultai cantando alegres, habitantes de Sião, porque é grande em vosso meio o Deus Santo de Israel!

Eis o Deus, meu Salvador, eu confio e nada temo; o Senhor é minha força, meu louvor e salvação. Com alegria bebereis no manancial da salvação, e direis naquele dia: "Dai louvores ao Senhor.

Invocai seu santo nome, anunciai suas maravilhas, entre os povos proclamai que seu nome é o mais sublime.

Louvai cantando ao nosso Deus, que fez prodígios, publicai em toda a terra suas grandes maravilhas! Exultai cantando alegres, habitantes de Sião, porque é grande em vosso meio o Deus Santo de Israel!"


2ª Leitura - Fl 4,4-7
Leitura da Carta de São Paulo aos Filipenses:
Irmãos: Alegrai-vos sempre no Senhor; eu repito, alegrai-vos. Que a vossa bondade seja conhecida de todos os homens! O Senhor está próximo! Não vos inquieteis com coisa alguma, mas apresentai as vossas necessidades a Deus, em orações e súplicas, acompanhadas de ação de graças. E a paz de Deus, que ultrapassa todo o entendimento, guardará os vossos corações e pensamento em Cristo Jesus.
- Palavra do Senhor.
- Graças a Deus!


Evangelho - Lc 3,10-18
Anúncio do Evangelho de Jesus Cristo, escrito por Lucas:
Naquele tempo, as multidões perguntavam a João: "Que devemos fazer?"
João respondia: "Quem tiver duas túnicas, dê uma a quem não tem; e quem tiver comida, faça o mesmo!"
Foram também para o batismo cobradores de impostos, e perguntaram a João: "Mestre, que devemos fazer?"
João respondeu: "Não cobreis mais do que foi estabelecido".
Havia também soldados que perguntavam: "E nós, que devemos fazer?"
João respondia: "Não tomeis à força dinheiro de ninguém, nem façais falsas acusações; ficai satisfeitos com o vosso salário!"
O povo estava na expectativa e todos perguntavam no seu íntimo se João não seria o Messias.
Por isso, João declarou a todos: "Eu vos batizo com água, mas virá aquele que é mais forte do que eu. Eu não sou digno de desamarrar a correia de suas sandálias. Ele vos batizará no Espírito Santo e no fogo. Ele virá com a pá na mão: vai limpar sua eira e recolher o trigo no celeiro; mas a palha ele a queimará no fogo que não se apaga".
E ainda de muitos outros modos, João anunciava ao povo a Boa Nova.
- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor!





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