sábado, 8 de dezembro de 2012

Deus quis que recebêssemos tudo por Maria, diz São Bernardo.
De  fato, por Ela nos veio o Salvador e tudo o mais. Sem dúvida o papel preponderante de Maria na vida da Igreja é o de Mãe. A Igreja, como o Cristo, nasce no seu regaço: “Todos unidos pelo mesmo sentimento, entregavam-se assiduamente à oração, em companhia de algumas mulheres, entre as quais Maria, a Mãe de Jesus e de Seus irmãos”(At 1,14).
Neste quadro de Pentecostes São Lucas destaca  a pessoa de Maria, a única que é recordada com o próprio nome, além dos apóstolos.  Ela promove na Igreja nascente, a perseverança na oração e a concórdia no amor. É o papel de mulher e de Mãe.
São Lucas também faz questão de apresentar explicitamente Maria como “a mãe de Jesus” (At. 1,14), como que a dizer que algo da presença do Filho, que subiu ao céu, permanece na presença da Mãe.
Diz o nosso Papa: “Ela recorda aos discípulos o rosto de Jesus e é, com a sua presença no meio da Comunidade, o sinal da fidelidade da Igreja a Cristo Senhor.” (58 Catequeses do Papa, Ed. Cléofas)
Ela que cuidou de Jesus, passa agora a cuidar da Igreja, o Corpo Místico do Seu Filho. Desde o começo Maria exerce o seu papel de “Mãe da Igreja”.
Com essas palavras pronunciadas na Cruz: “Mulher, eis aí o teu filho” (Jo 19, 26), Jesus lhe dá função de Mãe universal dos crentes. Disse o Concílio Vaticano II que Maria é “para nós mãe na ordem da graça” (cf. LG 21), e destaca que a sua maternidade espiritual não se limita só aos discípulos, mas a toda a Igreja.
Entregando-a ao discípulo amado como mãe, Jesus quis também indicar-nos o exemplo de vida cristã a imitar. Se Cristo no-la deu aos pés da Cruz, é porque precisamos dela para a nossa salvação. Não foi à toa que Cristo nos deu a sua Mãe…
Esta missão materna e universal de Maria aparece na sua preocupação para com todos os cristãos, de todos os tempos. Sem cessar ela socorre a Igreja e os seus filhos.
Durante a sua vida terrena, foi breve o tempo para ela mostrar a sua maternidade. Mas, esta brilhou na Igreja com todo o seu valor depois da Assunção, e será exercida até o fim do mundo. O Concílio afirmou expressamente:
“Esta maternidade de Maria na economia da graça perdura sem interrupção, desde o consentimento, que fielmente deu na Anunciação e que manteve inabalável junto à cruz, até à consumação eterna de todos os eleitos” (LG, 62).
Sobre isto disse o Papa João Paulo II: “Tendo entrado no reino eterno do Pai, mais próxima do divino Filho e, portanto, de todos nós, Ela pode exercer no Espírito de maneira mais eficaz, a função de intercessão materna que lhe foi confiada pela Providência divina. Próxima de Cristo e em comunhão com Ele, (…) o Pai celeste quis à intercessão sacerdotal do Redentor unir a intercessão materna da Virgem. Trata-se de uma função que Ela exerce em benefício daqueles que estão em perigo e têm necessidade de favores temporais e, sobretudo, da salvação eterna.” (idem).
ProfFilipe Aquino

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