sexta-feira, 5 de outubro de 2012



Advertências aos discípulos missionários

Oseias 14,2-10; Mateus 10,16-23

Estamos percorrendo os capítulos de Mateus que dissertam sobre a  missão dos apóstolos. O pano de fundo dos versículos hoje proclamados é o da perseguição.  O evangelista mostra aos missionários e a todos os que seguem o Evangelho a sorte nada cor-de-rosa que os aguarda: a perseguição.

Os missionários são enviados como ovelhas no meio dos lobos. Trata-se agora não da missão feita em casa, entre os de tradição judaica,  mas  do ir  para fora dos limites da Palestina.  Lá estariam os  “lobos”.
Fala-se da prudência das serpentes e da simplicidade das pombas. Prudência dos missionários que não seja astúcia e simplicidade das pombas que não seja ingenuidade.  Essas são as virtudes distintivas dos discípulos de Cristo.
“Eles vos entregarão nos tribunais…”.  Percebe-se em todo esse linguajar  o eco dos relatos da paixão de Cristo ou das perseguições de seus discípulos relatadas nos Atos dos Apóstolos.
Os discípulos missionários serão convidados a dar o testemunho do amor e da fé no Cristo. Nada poderá detê-los, nem ameaças, nem flagelos, nem prejuízos materiais, nem mesmo  a  morte.  O testemunho de vida cristã é um ingrediente indispensável do êxito  da tarefa dos missionários. Afinal de contas, os que são enviados  são discípulos daquele que foi preso e executado, daquele que foi fiel até o fim, de deu  “o” testemunho.
Não há que temer. Quando os discípulos forem presos  saibam que não estão sozinhos, mas contam com o “ Espírito do vosso Pai”.  Os discípulos emprestarão sua voz ao Espírito e o Espírito os defenderá quando forem perseguidos.
As perseguições não são suscitadas apenas pelos de fora. O irmão entregará o irmão.  A pregação do Evangelho sempre suscitará dissensões e divisões até mesmo no ambiente familiar.
“A fragilidade da Igreja contrasta com a força do mundo. É o contraste  manifestado por Cristo em sua pessoa.  Os judeus esperavam um rei poderoso e triunfador e ele se apresenta  inerme e tranquilo; é tão pobre que não tem onde repousar a cabeça, mas dá prodigiosamente pão  milhares de pessoas.  Diante de  Pilatos proclama-se rei; no entanto, se deixa prender, flagelar, conduzir à morte como malfeitor. Programa nada fácil para a Igreja, continuamente tentada a assumir as mesma atitudes do mundo, aparentemente mais eficazes. Todas as vezes que ela se revestiu de poderio, afastou-se do Espírito de seu Fundador, e secaram as fontes de sua ação.  O discípulo de Cristo é testemunho, como o Mestre, de pobreza, simplicidade, humildade, assim como de coragem e clareza de posições em todas as circunstâncias, pronto a suportar com paciência toda injúria, pronto a denunciar toda injustiça:  Prudentes como as serpentes, simples como as pombas”(v.16)(Missal Cotidiano da Paulus, p.  1011).
Frei Almir Ribeiro Guimarães

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