sexta-feira, 5 de outubro de 2012


“Caí com o rosto no chão”

Ezequiel 1,2-5.24-28; Mateus 17, 22-27

Ezequiel é visitado pelo Senhor.  Junto ao Rio Cobar a mão do Senhor esteve sobre ele. Sucedem-se as imagens da literatura apocalíptica.  “Eu vi que um vento impetuoso vinha do norte, uma grande nuvem envolta em claridade e relâmpagos; no meio brilhava algo como se fosse ouro incandescente”. Ao contemplar todos esses fenômenos, o profeta se sente profundamente tocado: “Tal era a aparência visível da glória do Senhor. Ao vê-la, cai com o rosto no chão”.
Diante  do Senhor, os corações retos sempre experimentaram necessidade de manifestar adoração. Isaías, também no templo, sente o coração pequeno e levando em conta sua indignidade tem os lábios purificados por um carvão ardente que lhe traz um anjo com uma tenaz. Elias, na montanha do Horeb, quando se dá conta da presença do Senhor, cobre o rosto com o manto.
Diante da beleza, majestade e grandeza do Altíssimo nada mais natural que o homem se coloque numa postura de sincera e reverente adoração: é o Senhor, o corpo se curva, a voz se reveste de delicada submissão, os joelhos se dobram. É o Senhor, é o Criador, aquele que não se pode ver sem morrer. Esse Bem, todo o Bem, o Sumo Bem no dizer de Francisco de Assis que merece a homenagem de nosso assentimento e de nosso carinho. Ele é o fogo, o ardor, o luminoso, o incandescente, a fonte, a água que dessedenta, o Altíssimo e Bom  Senhor.
Sim, Francisco de Assis compreendeu quão grande o Senhor era e num bilhete que escreveu para Frei Leão dizia:  “Vós sois  amor, caridade,  Vós sois  sabedoria, Vós sois  humildade,  Vós sois  paciência, Vós sois  beleza,  Vós sois  mansidão,  Vós sois  segurança, Vós sois quietude, Vós sois regozijo, Vós sois nossa esperança e alegria,  Vós sois justiça, Vós sois temperança, Vos sois toda nossa riqueza até à saciedade”.
Bela a postura daquele que se prostra diante do Senhor simplesmente em  admiração delicada e grata. “Louvem o nome do Senhor, louvem-no todos, porque somente o seu nome é excelso! A majestade e esplendor de sua gloria ultrapassam em grandeza o céu e a terra” (Sl 148).
Frei Almir Ribeiro Guimarães

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