sexta-feira, 5 de outubro de 2012


O Altíssimo é todo ternura


Jeremias 31, 1-7; Mateus 15, 21-28

O Povo de Deus havia feito a terrível experiência e vivido a provação do exílio na Babilônia. Haviam perdido a terra, perdido o templo, perdido a força da fé.  E agora Jeremias se faz porta-voz  do Deus que se torna ternura.

Sim, o profeta tem a missão de denunciar o pecado, a falta, a incoerência, a duplicidade de vida, o louvor feito apenas com os lábios e não com o coração.  Mas ele também é arauto de boas novas, de alegres notícias. “Encontrou perdão no deserto o povo que escapara à espada, Israel encaminha-se para o seu descanso”. E Jeremias continua. Fala que o Senhor lhe havia aparecido de longe. E há frase que não cansamos de ouvir:  “Amei-te com amor eterno e te atraí com minha misericórdia. “Israel e nós ouvimos essas palavras e temos vontade de nos retirar para o silêncio  a fim de que o seu som ressoe indefinidamente dentro de mim.
E o texto de Jeremias continua com promessas e  “declarações”  de amor.  “De novo te edificarei, serás reedificada, ó jovem nação de Israel, de novo teus tambores ornarão as praças e sairás entre grupos de dançantes”. Esse ternura do Senhor precisa ser celebrada, comemorada, festejada.  Por isso, os tambores rufam e os corpos arquejam na festiva dança da alegria.
Jeremias  afirma que agora dá para plantar e esperar a colheita. Não o perigo de ter que fugir.  O povo há de plantar e também de colher.
Fazemos nossas as palavras dos comentaristas do Missal Cotidiano da Paulus sobre o texto de Jeremias:  “Se os homens compreendessem quanto Deus os ama, sua vida seria tranquila, alegre. Não são os inevitáveis sofrimentos da existência que os haveria de privar da serenidade e da alegria, porque teriam uma esperança maior do que tudo. Quando somos fiéis à aliança ou nos arrependemos da infidelidade, Deus tudo leva a bom termo em seu amor eterno, infinito (cf. Rm 8,24-34).  Se nos convencermos de que “recomeçar” é sempre possível, que  Deus não falta a quem nele confia, teríamos coragem para uma “conversão”  que daria rosto e alma nova à nossa vida. Devemos olhar os santos. Quantos homens e mulheres, mesmo jovens e rapazes, não empreenderam o “caminho”  de uma vida verdadeiramente cristã, mesmo partindo da terra morta do pecado! Deus ama e chama. Não há lugar para prantos estéreis, para desespero. Deus está conosco, caminha conosco para nos levar ao seu “reino”  onde domina o amor, a fraternidade e alegria. E isto se realiza todos os dias na esperança” (p. 1114-1115).
Frei Almir Ribeiro Guimarães

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