sexta-feira, 5 de outubro de 2012


Dos que são enviados

1Coríntios 6, 1-11; Lucas 6, 12-19

Jesus fala com os apóstolos, by Duccio di Buoninsegna
Mais uma vez, com a proclamação do evangelho deste dia,  chega aos nossos ouvidos o relato da vocação dos apóstolos.  Um grupo de doze homens, entregues à faina de todos os dias, pescadores, cobradores de impostos,  gente do campo,  é convocado para uma missão. Estes, na sucessão do tempo, ficariam encarregados de anunciar Jesus Cristo e seu mundo novo.  Esse grupo, seleto e frágil,  haveria de conviver com Jesus, acompanhar de modo especial seus últimos passos e viver, na fé, a experiência da ressurreição.  A comunidade da Igreja, esboço mais claro do Reino dos céus, teria como fundamento esses doze, que lembravam as doze tribos do povo de Israel.
Lucas observa:  “Jesus foi à montanha para rezar. Passou a noite toda em oração”. Antes de nomear os doze apóstolos, o evangelho observa que Jesus reza. Pede o discernimento. Mesmo assim vai chamar pessoas extremamente frágeis, de modo particular  Judas que o trai e Pedro, o mais conhecido e fundamental dos nomes, que o nega no pátio do sumo sacerdote diante de uma empregada. O chamado, a vocação, é passo fundamental para a missão.
Sempre ficamos profundamente tocados com o tema da vocação.  Esses homens deveriam deixar suas ocupações, seus trabalhos, sua família para se deslocarem com Jesus, comungar com suas preocupações. Seriam preparados pelo Mestre para serem seus embaixadores, delegados, enviados e, sobretudo, testemunhas da ressurreição do Senhor.
Este texto do evangelho nos leva a pensar nos enviados de hoje, naqueles que são os sucessores dos apóstolos, de modo especial o Pastor que vela pela unidade, o papa, os bispos e seus colaboradores que são os sacerdotes. Todos estes, na fé, fazem a experiência de conviver com o Mestre. O tempo da formação para o sacerdócio não é apenas um período de aprofundamento nas ciências religiosas. Os que são chamados vão se deixando modelar pela convivência com o Mestre:  intimidade de oração, fidelidade à voz de sua consciência, um sentimento de piedade para com multidão que  se assemelha a ovelhas sem pastor. Ao mesmo  tempo que estudam os temas da sociedade  e  a Palavra de Deus, esses homens cultivam o zelo pastoral e alimentam os mesmos sentimentos de Jesus.
Importante o trabalho vocacional em vista da descoberta de  homens que possam ser Cristo no meio do mundo, homens maduros enviados em missão.
Jesus sobe ao  monte para rezar. Voltando para o hoje:  Não basta apenas  completar os quadros do ministério presbiteral com novos nomes,  mas com pessoas que, convivendo com Cristo, vão se identificar com a causa de Cristo e com o amor que ele tinha pelos seres humanos.
Frei Almir Ribeiro Guimarães

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