quarta-feira, 14 de novembro de 2012


A "Quaresma Franciscana"



Com a solenidade de Todos os Santos inicia-se a “Quaresma Franciscana”, tempo forte de preparação para a Natividade do Senhor, “a Festa das festas”. Como a cada ano, o Ministro provincial da Espanha dos Franciscanos Conventuais dirigiu algumas palavras aos frades da Província, mas que podem servir a todos. 

"Queridos Irmãos: Que o Senhor vos dê a Paz! Como todos os anos, seguindo quanto nos pedem nossas Constituições Gerais, fazendo referência originária à Regra [Não Bulada] (RNB 3,11; RB 3,5-8), os convido a viver a quaresma franciscana como um tempo de graça, como uma oportunidade preciosa que nossa tradição franciscana põe em nossas mãos benignamente.

O Irmão Francisco mesmo nos desvela qual é o sentido mais profundo da nossa penitência: “Guardemo-nos todos muito bem para que sob a aparência de algum merecimento, obra ou vantagem, não corrompamos nossa mente e coração e não os afastemos do Senhor. Mas, na santa caridade, que é Deus, rogo a todos os Irmãos, aos Ministros e aos demais que, removido todo o impedimento e deixados para trás todo o cuidado e solicitude, façam do melhor modo possível para servir, amar, honrar e adorar  Senhor Deus com o coração limpo e a mente pura.” (Regra Não Bulada 22, 25-26). Para que nossa mente e o nosso coração sejam e estejam cada vez mais livres, é necessário recuperar a sobriedade e a ascese da nossa tradição cristã, que recorre também amplamente à Regra que professamos.

A celebração da Natividade, que nos leva a contemplar o mistério da encarnação do Filho de Deus, tão central em nossa espiritualidade franciscana, há de ser realmente alternativa entre nós, despojando-a do consumismo, as desigualdades e os costumes pagãos que nada reportam ao anúncio vivo de Evangelho pelo que estamos chamados a apostar como fraternidade franciscana na Igreja e no mundo. Não tenhamos medo de ser “chocantes” se nossas opções remetem ao Evangelho e ao encontro com Jesus Cristo, hoje como ontem, vindo em carne, Deus-conosco. Podem ser iluminadoras as palavras que J. Chittister escrevera em sua já clássica e célebre reflexão sobre a vida religiosa “O fogo nestas cinzas” e que diz assim: “A conversão é o processo de chegar a ver o mundo de modo diferente do que a cultura, a comodidade, e o afã de domínio nos induzem a vê-lo". T

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