quarta-feira, 14 de novembro de 2012


Nos trilhos e nas trilhas de São Francisco de Assis
Frei Erivan Araújo de Souza, OFMCap
Roma, 04 de outubro de 2012.

Francisco deixou uma vida de prestígios para viver com a pobreza... conviveu momentos desafiantes e maravilhosos com os seus frades. Abraçou o mistério e a realidade na simplicidade da Igreja frágil e com a presença forte do Senhor. Foi poeta, escritor, cantor e sensível escutador da voz do Senhor. Amante de nossa Senhora, Mãe de Deus e integrado com as irmãs Clarissas. Difundiu no mundo uma forma de ser e viver diferente, a humildade, a obediência e a pobreza, sendo pobre com os seus. A fé de Francisco é a fé de muitos que buscam no Senhor, a sua origem e o seu ponto de partida.
Dizer que S. Francisco é só o patrono da natureza ou ecologia, é minimizar a simplicidade que se transforma na complexidade de se entender os seus escritos e a revolução que se causou durante uma época que precisava de transformação. Isto nos faz lembrar que depois de oito séculos, ele continua nos desafiando com a sua forma de ser e viver. Portanto ele não se apropriou da descoberta através de uma caminhada em vista da gratuidade do Reino de Amor. Deu-nos a proximidade do incomensurável segredo das bem-aventuranças.
Na fragilidade do leproso ele alavancou a perspectiva de ser com o que provocava repulsa, distância e isolamento. Conseguiu ser com o outro na margem e diante da sua miséria e conseguiu resgatar a dignidade do “imundo” e devolvê-lo ao mundo de Deus; de viver uma nova vida diante da esperança alicerçada no Senhor da vida!
São Francisco conseguiu ser para o seu tempo, o que Jesus foi no início do religamento das primeiras comunidades, sem forma e sem uma meta. Com a Palavra que o Senhor havia lhe dito, ele conseguiu intuir que a re-construção humana começa simplesmente com o afeto e o vigor de abraçar a causa para sinalizar o centro da nossa fé. Não é um ideal, não é uma utopia ou sonho ver e sentir a condição de Francisco – é sim uma projeção simples de continuar fazendo o bem, sendo instrumentos de paz para manifestar o grande Amor que precisa ser amado em qualquer tempo e em qualquer situação a qual nos encontrarmos. Descongelar as potencialidades a favor do próximo que está diante de nós, e muitas vezes nós somos esses próximos que também precisa e que se tende a começar com um caminho interior, para adentrar no interior da contemplação e realidade da razão e do nosso coração que habita o mistério sagrado do Senhor.

Nenhum comentário:

Postar um comentário